Um time de heróis

14 de março de 2019

A Rede Gerando Falcões atende quase dez favelas. Com as novas aberturas previstas, devemos chegar a quase 50 favelas até o fim do ano. Em cada unidade, seja própria ou acelerada, encontramos um líder local, que tem o compromisso social de modificar a realidade. Queremos chegar a todas as favelas e mudá-las. Parece difícil e distante, mas é possível.

Uma missão como essa só pode ser feita por heróis. Na sexta-feira passada, por exemplo, à noite (repito, à noite), Amanda Oliveira, líder do Instituto As Valquírias, ligada à Rede GF, foi para a favela com o seu time, em São José do Rio Preto, bater de porta em porta, relembrando as crianças que, no dia seguinte, pela manhã, teria aula e elas não poderiam faltar.

Lá em Maceió, Carlos Jorge, líder do Instituto Mandaver, também ligado à Rede GF, colocou seus parceiros da percussão para entrar na favela com tambores, acordando as crianças e familiares dentro do barraco, para não aceitarem aquela vida e irem para as atividades sociais. Um herói não pode ter medo de encarar o caos.

Cesar Gouveia e Vanessa Silva, que lideram o Gerando Falcões na Vila Prudente, em São Paulo, passaram os últimos 30 dias dividindo os becos da favela, com as invasões da polícia, o risco da violência, mas não deixaram de visitar as famílias e lutar contra a evasão. E agora, mais recente, com a enchente que varreu a favela ali, mobilizando doações, como mantimentos, roupas, móveis e itens de higiene básica.

Em nossa cultura, não basta ser líder. Precisa ser herói. O herói não acorda para ir ao trabalho. Levanta da cama para ir a uma missão. Temos trainees de heróis. Estagiários de heróis. Nossa cabeça é orientada para causar impacto.

Mais um exemplo: Mayara Lyra, grávida, ficou em primeiro lugar no ranking de metas do ano. Todos nós sentimos orgulho de vê-la subindo ao palco para ser homenageada. Kelly Baptista, neste ano, vai qualificar milhares de jovens e inserir por volta de 500 no mercado de trabalho. Tem de ser heroína. Carol Oliveira e Lemaestro vão abrir até 7 novas unidades e atender quase 30 favelas, em regiões de alto risco, mas a força do espírito humano deste dois é inabalável.

Elisa Prestes, assistente social, lidera o Programa de Cidadania, oferecendo direitos básicos para quem nunca foi escolhido. Vai atender, com seu time, a quase 50 mil pessoas. Amanda Boliarini, a primeira heroína da nossa história, comanda nossa frente de novos negócios, ajudando a criar sustentabilidade, com inovação. Leonardo Precioso, que passou 7 anos no cárcere, mas deu a volta por cima, vai salvar centenas de egressos fazendo com que coloquem suas armas no chão e voltem à dignidade.

Carol Silvestre vai fazer com que o combustível não acabe, fechando parcerias com grandes empresas do país, como as que consolidou com Nestlé, Itaú, Sofisa e Gimba, entre outras. Fernanda Prado nos ajuda falando vários idiomas e nos conectando com o mundo, fazendo relações institucionais. Ela faz pontes. Jessica Feitosa, líder da comunicação, deixou o mercado e veio para a favela. Ela vai colocar a nossa marca no imaginário dos brasileiros e engajar mais doares. E Juliana Moretti, nossa PMO, colocará de pé aqueles projetos que parecem impossíveis. Nós gostamos deles.

Eu não lidero uma ONG com profissionais e ponto. Tenho a chance ouro de liderar uma instituição de heróis. Nós crescemos aprendendo a amar os super-heróis, como Homem Aranha, Batman, Mulher Maravilha e Homem de Ferro. Mas chega um momento, em que compreendemos que as coisas no mundo não estão corretas, que os valores estão invertidos, que as decisões são injustas e que você precisa se opor a tudo isso se quiser fazer sua vida valer a pena.

Aí entra o desafio de escala. E, para escalar, precisa encontrar outros e outras como você. E acender a fagulha. Essa fagulha é a visão de que por mais difícil que pareça ser, trabalhar para mandar a favela para o museu é a coisa certa a ser feita. E quanto vale acordar todos os dias com a chance de fazer o que é certo?

A Best Buy concorre com a Amazon. A Microsoft, com a Oracle. A Adidas, com a Nike. A Globo, com a Netflix. Nós, na Rede Gerando Falcões e, tantas outras iniciativas sociais, como a Casa do Zezinho, a Social Skate e a Amigos do Bem, concorremos com anos de atraso social, por isso, só nos resta sermos heróis e enfrentarmos.

“Vamokida”, heróis!

 

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