- Papua-Nova Guiné tem alta penetração móvel e baixa taxa de eletricidade;
- No país, 87% dos residentes não estão conectados à rede elétrica nacional, mas 67,5% estão na rede móvel do país;
- Isso criou oportunidade para as empresas promoverem instalações em escala pessoal.
Papua-Nova Guiné, no Pacífico Sul, emergiu como líder em sistemas off-grid (OGS) de energia solar. O país está recorrendo a instalações solares de pequena escala como uma maneira de fornecer eletricidade para comunidades. O novo relatório da International Finance Corporation (IFC) mostra que as vendas de sistemas OGS cresceram 68% ao ano desde 2012. Essas redes têm pavimentado o caminho para um esforço de eletrificação em Papua-Nova Guiné. De acordo com os números, tem sido um sucesso: a participação de famílias com acesso a energia solar saltou de 2% em 2012 para 60% em 2017. E o aumento da popularidade no uso das instalações OGS em todo o país tem um combustível inesperado: telefones celulares.
Eletrificação off-grid
A alta penetração móvel do país e a baixa taxa de acesso à eletricidade criaram uma oportunidade para as empresas promoverem instalações em escala pessoal chamadas “pico-solar”, feitas para carregar telefones e eletrodomésticos menores. O chefe do programa de consultoria em energia da IFC no Pacífico, Subrata Barman, explica: “Em vários países com alta penetração móvel e baixo acesso a energia, as soluções solares com carregamento móvel têm uma grande aceitação. Isso ocorre porque as pessoas precisam de energia para carregar seus celulares e as empresas do segmento também estão interessadas. É importante lembrar que as receitas das companhias de telefonia móvel estão diretamente relacionadas aos aparelhos serem carregados”.
Os consumidores de lá têm demonstrado um interesse crescente na compra de eletrodomésticos. O apetite do país por energia solar e novos aparelhos não passou despercebido pelo governo, que se comprometeu a melhorar a eletrificação em todo o país, conforme Barman afirma: “O governo estabeleceu uma meta de 70% de eletrificação até 2030, e existe uma aceitação geral de que parte dela seria atendida por soluções off-grid, com uma mistura de pequenas redes e sistemas solares domésticos”.
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Os telefones celulares começaram a preencher a lacuna de milhões de pessoas que buscam obter os benefícios da eletricidade por meio do aumento dos sistemas de energia off-grid. Como também foi visto em toda a África, as redes de energia descentralizada que usam redes independentes e sistemas solares domésticos são uma maneira eficiente de promover eletricidade. Além disso, áreas rurais que antes eram pobres em energia, são contempladas.
Conectividade de rede
A promoção de produtos solares de boa qualidade para aumentar a confiança do consumidor, ao lado do desenvolvimento contínuo das áreas rurais e a atualização da infraestrutura existente, são as principais sugestões da IFC para melhorar o mercado do país. A eletrificação off-grid também demonstrou ter impactos socioeconômicos positivos, com exemplos de programas solares de pequena escala semelhantes estimulando o emprego no Quênia e na Nigéria.
Além disso, a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) prevê que a energia renovável off-grid possa criar 4,5 milhões de empregos em todo o mundo até 2030. Isso coloca Papua-Nova Guiné na posição correta não só para capitalizar as propriedades eficientes de eletrificação dos sistemas fora de rede, mas também para colher os benefícios trazidos pelo acesso consistente à eletricidade.
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