Tatiana Pimenta, da Vittude: “Saúde mental é crucial para inovação corporativa”

13 de novembro de 2019
Divulgação

A healthtech de Tatiana Pimenta acaba de captar recursos que ajudarão no desenvolvimento de sua oferta de terapia online para empresas

Empresas estão adotando um olhar mais estratégico para a saúde mental de seus colaboradores à medida que reputação se torna um ingrediente relevante na atração e na retenção de talentos e na capacidade inovadora.

Esta é a visão de Tatiana Pimenta, CEO e cofundadora da Vittude, startup que atende mais de 20 mil usuários com sua plataforma de terapia online, e hoje (13) anunciou um aporte de R$ 4,5 milhões liderado pela Redpoint eventures, com participação do fundo de venture capital Superjobs.

O novo investimento ajudará a startup, fundada em 2016 por Tatiana e Everton Höpner, a ampliar sua plataforma corporativa, que hoje representa 15% dos usuários e uma equipe de vendas focada em oferecer o serviço para empresas. Um time de 3.500 psicólogos atende por meio da plataforma, que fica com uma porcentagem de 15% do valor das sessões cobradas de usuários finais.

“Existe uma mudança de cultura em curso, de um RH menos folha de pagamento para uma abordagem mais estratégica. Muitos empregadores querem oferecer bons lugares para trabalhar e antecipar o adoecimento mental de seus colaboradores e principalmente, atrair e reter talentos”, acrescenta.

“As empresas também estão cada vez mais conscientes da necessidade de ter uma cultura de saúde mental e sabem que funcionários felizes são mais produtivos.”

Negligenciar cuidados com a saúde mental do quadro de funcionários pode trazer um impacto negativo para empresas que querem inovar, segundo a empreendedora, que argumenta que a qualidade de projetos que requerem criatividade sofre quando o funcionário não está bem.

“Se um funcionário não se conhece e não consegue estabelecer limites, ele pode ficar tão sobrecarregado que quando precisa executar tarefas mais criativas e ‘pensar fora da caixa’, ele não consegue fazer nada”, aponta.

Além de endereçar o impacto negativo na entrega de resultados que problemas de saúde mental podem causar, a oferta corporativa da Vittude busca reduzir custos oriundos do adoecimento emocional dos funcionários, como o sinistro dos seguros saúde, absenteísmo, presenteísmo, turnover e a baixa produtividade.

O capital obtido na última rodada ajudará a healthtech a desenvolver um app (é possível fazer as sessões por smartphones, mas via browser), que no futuro captará indicadores que podem impactar a saúde mental de funcionários, como padrões de sono e alimentação. A ideia é usar índices gerais para alimentar ferramentas cuja função é ajudar gestores a prever tendências que podem influenciar o negócio.

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A base de clientes empresariais da Vittude já inclui outros novos negócios de alto crescimento, como a Resultados Digitais e a 99. Segundo Tatiana, startups, principalmente colaboradores mais jovens, tendem a usar o serviço com maior freqüência, por razões que incluem um menor preconceito com relação a acompanhamento psicológico.

Além das startups, a carteira de clientes corporativos inclui escritórios de advocacia como Trigueiro Fontes e Lobo de Rizzo. Segundo Tatiana, a oferta também é aderente a este tipo de negócio, onde há grande carga de trabalho intelectual e necessidade de tomada de decisões assertivas. Outros escritórios de grande porte, como a Pinheiro Neto, demonstraram interesse.

Conversas também estão em andamento com grandes corporações como a Siemens e O Boticário, sendo que a última pode significar um aumento de nada menos que 20 mil usuários adicionais para a healthtech.

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O monitoramento contínuo de algoritmos é essencial para a eficiência de ferramentas de inteligência artificial (IA), segundo um estudo da KPMG. Entre as conclusões da pesquisa “Controlling AI” está o ponto de que a explicabilidade, ou seja, compreender os motivos pelos quais um modelo de IA fez uma previsão e ser capaz de explicá-los são essenciais para confiar no sistema, é uma das áreas que deve receber atenção.

A utilização de ferramentas para monitoramento contínuo e governança são iniciativas fundamentais para ajudar a garantir a evolução ética das ferramentas, segundo o estudo. Assegurar que não há alterações que possam comprometer o objetivo ou a intenção original da tecnologia também é uma atividade crucial durante as inspeções de monitoramento das ferramentas de IA.

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A Lei Geral de Proteção de Dados será discutida em evento promovido pela empresa de análise de dados e software de mobilidade MicroStrategy. No evento que ocorre no dia 22 de novembro, às 9h, no Auditório do Millenium Office, em São Paulo, o tema será discutido por Fabrício da Mota Alves, advogado da área de proteção de dados, tecnologia e inovação, que participou do processo legislativo que levou à edição da regulamentação no Brasil.

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Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.

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