E essa tendência passa, cada vez mais, pelo trabalho à distância e sem vínculo empregatício. A quarta edição de um levantamento feito anualmente pela Workana revelou que, na América Latina, 52,6% dos profissionais freelancers ouvidos já tem no modo de trabalho sua fonte principal de renda. Muita gente pode argumentar que esse movimento é decorrente dos altos índices de desemprego na região – só no Brasil são 12,4 milhões segundo a última divulgação do IBGE, no fim de novembro. Mas, para Daniel Schwebel, country manager da companhia no país, essa análise deveria ser muito mais profunda. Basicamente por dois motivos.
O primeiro é que o levantamento oficial não leva em consideração esses trabalhadores, assim como também não computa os motoristas de aplicativos de transporte e os entregadores que usam motos ou bicicletas, entre vários outros. Ou seja, os dados só incluem os profissionais que atuam no modelo CLT e, portanto, podem ter alguma distorção. “A maneira de trabalho é diferente, mas quando percebemos que mais da metade dos freelancers vive e se sustenta assim, chegamos à conclusão de que eles não deveriam ser classificados como desempregados”, diz o especialista. O que Schwebel quer dizer é que, para muita gente, o trabalho freelancer deixou de ser uma medida paliativa e temporária do ponto de vista econômico.
Para Schwebel, há um outro fator importante nessa mudança de mentalidade: o desejo de grande parte das pessoas de deixar as grandes metrópoles em busca de qualidade de vida. “Quando uma empresa percebe que o profissional vai entregar o que ela precisa, tanto faz ele estar em São Paulo ou no interior da Bahia”, diz. E, como uma coisa leva à outra, essa facilidade – só possível por causa da tecnologia – tem tudo para mudar a dinâmica econômica de qualquer cidade ou região.
Sob essa ótica, a plataforma estuda formas de levar isso ainda mais adiante e ajudar a reduzir a imensa desigualdade que vivemos hoje no mundo todo. No Brasil, por exemplo, 90% do PIB está concentrado nas regiões Sul e Sudeste. Sem entrar em muitos detalhes, Schwebel menciona parcerias para fomentar o crédito entre esses profissionais – que, muitas vezes, não possuem comprovante de renda – e estimular o aprendizado e as certificações. “À medida que isso se tornar uma realidade, nenhum lugar será remoto demais.”
A qualificação e aprendizagem é outro dado que chamou atenção na pesquisa. Cerca de 46,5% da população freelance possui nível superior e complementa os seus ensinos formais por meio de livros e revistas (58,5%) ou cursos (34,8%) para continuar se especializando. No entanto, a capacitação por meio de plataformas digitais ou espaços de e-learning predomina, alcançando 73% dos entrevistados, com uma avaliação positiva dessa experiência. Schwebel alerta que essa é a outra grande mudança que o mercado de trabalho está vivendo.
Schwebel diz que tem percebido um novo posicionamento também por parte das empresas que recrutam os profissionais. “Há sete anos, quando começamos, trabalhávamos basicamente com negócios pequenos, quase todos online. Hoje, atendemos grandes companhias, como Unilever, Ambev, Unidas e SAS”, conta, revelando que, em 2012, ano de fundação da plataforma, 1,5 mil projetos foram viabilizados. Em 2019, até agora, já foram 300 mil.
Segundo o levantamento, que ouviu 162 clientes da plataforma, 44,2% começaram a contratar freelancers nos últimos três meses, enquanto quase 26% já usam o serviço há pelos menos um ano. O principal motivo alegado é a necessidade de um recurso externo para poder manter o foco nas prioridades do negócio (42,5%) e a realização de projetos pontuais (21,7%). Entre as categorias mais contratadas estão profissionais de tecnologia da informação e programação (46,8%), design e multimídia (24,8%), tradução e conteúdos (13,8%) e marketing e vendas (11,9%). Para Schwebel, este é um caminho sem volta. “Os profissionais e as empresas estão, cada vez mais, percebendo as vantagens desse modelo. E quem começa, não volta atrás.”
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A Pedala – Entregas Sustentáveis, startup investida pelo BMG UpTech em parceria com a Bossa Nova, anunciou que chegou ao tão esperado exit, termo que designa o ponto de “saída” dos investidores ou sócios. A plataforma foi vendida para a Ame, empresa da B2W e das Lojas Americanas, e vai ajudar a fortalecer a operação logística do grupo. A solução realiza entregas na chamada última milha para empresas de comércio eletrônico por meio de ciclistas profissionais. Por usar a bicicleta, consegue atender à demanda sempre no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte, a um preço inferior ao dos concorrentes, já que não usa gasolina e não tem que arcar com os caros custos de manutenção dos outros modais. Desde 2015, mais de 400 mil entregas já foram realizadas – o equivalente a mais de 30 voltas ao mundo. As condições do negócio não foram detalhadas.
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Realismo no aprendizado
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Sem testes em animais
O Peta anunciou hoje (16) que adicionou a Avon à sua lista “Working for Regulatory Change” (trabalhando por mudanças regulatórias, em português). Isso significa que a gigante de cosméticos se junta a uma ainda pequena lista de companhias reconhecidas pela organização não governamental por seu compromisso em desenvolver e validar métodos de trabalho que não envolvam testes em animais. “Não acreditamos que essa prática seja necessária para comprovar a segurança de nossos produtos e não a utilizamos em nenhum lugar do mundo. Continuaremos a pressionar o mercado pela aceitação das alterativas”, disse Jonathan Myers, diretor de operações da Avon, ao comentar o reconhecimento.
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