“A história que rolava lá em casa é que eu estava trabalhando em uma cooperativa de táxi”, lembra, rindo. Do marketing, Vaz passou a coordenar o lançamento das operações nas demais cidades brasileiras e, em seguida, da América Latina e dos demais países onde o aplicativo de transportes funcionava. A nova função exigiu que o jovem executivo morasse no Chile e na Ásia. Em 2015, aos 26 anos, voltou ao Brasil com a responsabilidade de comandar as operações globais e 1.000 pessoas na sua equipe. “Aprendi muito lá, principalmente no que diz respeito a gerenciar pessoas e a lidar com os altos e baixos de uma startup, como falta de dinheiro num dia e muito dinheiro no outro.”
Após quatro anos na Easy Taxi, Vaz deixou a empresa para cursar um MBA em Harvard que teria a duração de dois anos. No meio do caminho, mudou-se para a Alemanha, avisou a escola que não voltaria e passou a trabalhar em uma startup que negociava carros em mercados emergentes – contrariando, mais uma vez, as expectativas da família. Ao mesmo tempo, intensificou o contato com Lucas Cardozo, um antigo colega de faculdade, e achou que era hora de voltar ao Brasil, que vivia um bom momento no mercado imobiliário e de inovação.
A startup nasceu, então, com o objetivo de facilitar a experiência para o comprador. Começou ajudando na busca por imóveis com as características informadas pelo cliente, agendando as visitas e intermediando as negociações entre comprador e vendedor. “Percebemos, nesse processo, que as pessoas tinham dificuldades para conseguir financiamento, recurso usado por dois terços delas para concretizar o negócio. Integramos a nossa plataforma a uma série de bancos e passamos a atuar também nessa etapa, captando e analisando as informações das instituições financeiras e recomendando a melhor proposta para o comprador”, explica Vaz, ressaltando que, em função do volume, muitas vezes consegue condições melhores do que se o cliente fosse direto ao banco.
Mas existia, ainda, uma outra fase do processo que era motivo de estresse para os compradores: a jurídica. “São necessárias mais de 15 certidões por CPF, um trabalho super manual”, explica o empreendedor, mencionando, ainda, elaboração dos contratos, escrituras e documentos de intenção de compra e venda. A startup passou, no ano passado, a atuar também nessa ponta, fechando o cerco e se envolvendo na operação do começo ao fim, com tecnologia, assessoria jurídica, relacionamento com os bancos e um time de especialistas.
O resultado, segundo Vaz, é uma experiência muito mais simples, transparente e barata para o comprador. Ele explica que cobra a comissão de mercado das imobiliárias tradicionais – entre 4% e 6% do valor do imóvel, paga pelo vendedor. “Se levarmos em conta os custos de advogado, despachante e visitas menos assertivas, o comprador chega a economizar R$ 10 mil. Isso sem contar o estresse e o tempo dedicado às pesquisas e visitas improdutivas.” Ele conta que os compradores visitam, em média, de 30 a 40 imóveis antes de concluir a operação. “A nossa média é entre seis e oito visitas.”
A empresa – que até o momento captou cerca de R$ 30 milhões em duas rodadas de investimentos de fundos nacionais e internacionais – fechou 2019 com faturamento e receita líquida 14 vezes maiores do que em 2018. Para 2020, a expectativa é chegar a R$ 1 bilhão em valor geral de vendas. Outro impulso foi na equipe: o número de colaboradores saiu de 25 para uma centena, todos com salários fixos e benefícios, ao contrário da prática comum do mercado. “Já temos margem de contribuição positiva, não precisamos de novos aportes. Mas estamos sempre em contato com investidores. É claro que, se surgir algo interessante, vamos avaliar.”
****
Loft compra empresa de pesquisa de mercado
Leia mais: Brasil já tem o primeiro unicórnio de 2020
****
Porsche Ventures investe em startup de software Nitrobox
****
Stefanini adquire startup Mozaiko
A multinacional brasileira de tecnologia Stefanini anunciou a aquisição da Mozaiko, startup de analytics que integra dados em tempo real e utiliza inteligência artificial para simplificar processos do varejo, como controle de estoques e custos, ganho de eficiência e melhoria da experiência do cliente. Com essa movimentação, a companhia expande sua expertise no setor e amplia sua oferta de softwares para realizar missões críticas para toda a cadeia de suprimentos do segmento varejista, operadores logísticos e indústria.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.