Donata Meirelles: Anos 70 protagonizam a influência da moda no momento

16 de abril de 2020
Divulgação

Durante a recente temporada de moda em Paris, a estilista Diane Von Fürstenberg recebeu a Legião de Honra do governo francês

O vestido ideal de Diane Von Fürstenberg

O acontecimento mais concorrido durante a recente temporada de moda em Paris não foi um desfile, mas a entrega de uma condecoração. Pelos serviços prestados à filantropia, cultura, causa feminina e, claro, à moda, a estilista Diane Von Fürstenberg recebeu a Legião de Honra do governo francês. “A mulher vestida por Diane tem liberdade de movimentos e liberdade de dirigir a própria vida”, discursou Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, antes da entrega da comenda.

Christine se referia ao wrap dress (o clássico vestido envelope), invenção que colocou Diane na capa da revista Newsweek, em 1976, e a fez famosa no mundo inteiro. Elegante, prática e agregadora – porque veste mulheres de todas as idades e silhuetas –, a peça foi a base de um império de moda com mais de 800 pontos internacionais de venda, incluindo 116 lojas próprias, sob a marca DVF.

Belga nascida em 1946, Diane teve um casamento de conto de fadas com o príncipe Egon von Fürstenberg – que durou pouco, mas lhe deu dois filhos e um enorme senso de compromisso social. “Cresci feminista e, ao chegar a Nova York, em 1971, abracei o movimento. Gloria Steinem e Angela Davis eram minhas heroínas”, lembrou Diane em conversa exclusiva com a coluna. Depois aderiu à filantropia: “A generosidade é o melhor investimento”.

Foi presidente do Conselho Americano de Moda, em 2014 entrou na lista da Forbes das 100 mulheres mais poderosas do mundo e atualmente dirige a Fundação Familiar Diller-von Fürstenberg, criada com seu segundo marido, o magnata das comunicações Barry Diller e voltada para áreas como educação, direitos humanos, cultura, saúde e ambientalismo. “O maior desafio para as mulheres hoje é acreditar no seu próprio poder e na sua força. Por isso, uso minha voz, minha experiência, meu conhecimento e minhas conexões para ajudar outras mulheres”, diz Diane, elegante em todos os instantes e instâncias.

Dress code: por dentro e por fora

A cara dos 70 – É a Glória!

Jornalista, escritora e ativista, Gloria Steinem é símbolo de uma geração. Aos 86 anos, sua história originou The Glorias, filme baseado nas memórias Minha Vida Estrada e exibido no Festival Sundance. Julianne Moore faz a própria. Pioneira na luta pela equiparação salarial e no combate à violência contra a mulher, teve as primeiras noções feministas na infância, com as HQs da Mulher Maravilha.

A causa da vez – Instituto Protea

Cerca de 42 mulheres morrem diariamente no Brasil devido ao câncer de mama. E a missão do Instituto Protea é oferecer medicina de qualidade a mulheres de baixa renda. A iniciativa é de Gabriela Antici, executiva do mercado financeiro que, ao receber o segundo diagnóstico de câncer, pensou nas brasileiras sem condições de se tratar. Acesse protea.org.br e clique em QUERO DOAR.

A condecoração de Diane revela a principal influência da moda no momento: os anos 1970 dão o tom para as escolhas do mês. A ideia é unir elegância e descontração, consciência e ação, empatia e boas vibrações. Keep calm e siga em frente. Veja abaixo os infalíveis da temporada:

SE EU FOSSE VOCÊ… …aderia ao revival da blusa foulard – aquela de seda ou chifon, com gola de laço. A “culpa” é de Hedi Slimane, diretor criativo da Celine, que desfilou várias em suas mais recentes coleções e em versão unissex – uma das ondas mais festejadas do estilo da época. Pense nas modelos de Yves Saint Laurent, em Faye Dunaway no suspense Os Olhos de Laura Mars e na mulher de sucesso mais pop da década, a rainha da TV Mary Tyler Moore.more
INDISPENSÁVEIS Depois de aparecer em praticamente todas as passarelas internacionais, as botas de cano alto saíram para um rolê na vida real. Nada de clima equestre: podem ser misturadas com bermudas de alfaiataria, saias e vestidos mídi. Para ir do fim de semana até – por que não? – os escritórios.more
BELEZA PURA “Joias não são moda, porque são feitas para durar”, definiu a italiana Elsa Peretti, designer extraordinária da joalheria Tiffany e criadora de peças icônicas dos anos 1970 que recentemente entraram para o acervo do século 20 do Museu Britânico. Caso do irresistível bracelete “Osso”. Orgânico e precioso, ele passeia em vários looks neste começo de novos anos 20. Como nos braços de Shiona Turini (foto ao lado), figurinista de estrelas como as irmãs Solange e Beyoncé.more

Donata Meirelles é consultora de estilo, atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.