Todos os dias, eu visto vários chapéus de responsabilidade, pelos diversos trabalhos que lidero. Mas, diariamente, eu reservo um tempo para ler o jornal, para treinar (eu sou triatleta), para cuidar de questões pessoais, para conversar com minha mãe, que tem 95 anos e quer discutir comigo o livro recentemente lançado de Barack Obama. Se eu não tivesse reservado de forma rigorosa um tempo para o lazer, eu seria engolido pela pressão de responder de forma eficiente às coisas que me são demandadas.
Pior do que isso, é possível que eu viesse a manifestar algum distúrbio ligado ao comportamento, como insônia, angústia, ansiedade. Por quê? Porque os momentos que reservamos a nós mesmos para o lazer, para fazer coisas de que gostamos, têm um grande impacto em nossa saúde mental.
As atividades de lazer não apenas ajudam a controlar o estresse – sabemos que o estresse está ligado à piora do estado de saúde mental – como nos dão um senso de autocuidado e de equilíbrio, algo que ajuda a reduzir a ansiedade. Além, é claro, de melhorar a autoestima.
Alguns estudos mostraram que os momentos que se reservam para fazer algo em benefício próprio ajudam a acelerar a recuperação de pacientes com transtornos mentais mais graves, como depressão.
O curioso é que, quando estamos estressados ou sobrecarregados de trabalho, geralmente a primeira coisa que sacrificamos é o nosso tempo livre.
As horas de lazer são a melhor válvula de descompressão, especialmente para estes tempos ultravelozes das redes sociais, nos quais a pressão pelo sucesso é enorme e nos força a buscar sempre mais e, quando conseguimos, parece que nada mais faz sentido.
Você pode – e deve – procurar reservar ao menos uns minutinhos diários para atividades que sente prazer em fazer. Pode ser assistir a uma série, fazer pão, cuidar dos pets ou das plantas. Você já deve saber que a minha atividade favorita é o esporte e é a que mais recomendo a todos, pois além de todos os benefícios à saúde que as atividades físicas trazem, elas também geram grande bem-estar. Não é isso que tanto nos tem feito falta?
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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