Eu já falei algumas vezes neste espaço que sou esportista. Não sou um atleta mais forte, digamos assim, por conta da minha idade. Mesmo assim, trabalhei duro para completar 16 maratonas, 5 IronMan e 24 meio IronMan. O Iron, para quem não conhece, é tido como um dos esportes de longa distância mais desafiadores, exigindo dos esportistas treinamento pesado e bastante disciplina.
Ainda que eu seja uma pessoa disciplinada e tivesse seguido à risca o que o meu técnico havia me orientado, eu quebrei algumas vezes durante a prova. Quebrar, no esporte, é quando, apesar de você ter treinado direitinho, de você ter feito tudo para conseguir aquela meta, ter se alimentado corretamente, por algum motivo, durante a competição que você se programou para participar, de repente, sem nenhum aviso, você não consegue continuar. O seu corpo não consegue responder às solicitações da sua mente e você é obrigado a desistir.
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Acontece que não quebramos apenas no esporte. Podemos quebrar no trabalho, situação que é conhecida como burnout. Podemos quebrar também nos relacionamentos pessoais e amorosos, nas nossas crenças religiosas e espirituais.
O que fazer? No esporte, é o técnico – e não o médico – quem ajuda o atleta a se reprogramar para que ele consiga conquistar novas metas. E na vida? Quem nos ajuda a nos reprogramarmos? Acredite, somos nós mesmos.
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Mesmo no caso do atleta, quem reorienta é o técnico, mas quem trilha o caminho de volta é o próprio atleta. Não é fácil, é claro. Mas pode ser feito. Quebrar, na vida e no esporte, talvez seja o menos importante. O ponto chave é como reagimos a essa situação. É a nossa atitude quando nos vemos quebrar que conta.
Temos ferramentas para seguir em frente: força de vontade, resiliência, proatividade. Quebrar não significa que a vida acabou. É apenas um dos muitos obstáculos que a vida nos apresenta. É preciso sobrepujá-los porque a vida sempre reserva oportunidades para quem consegue ultrapassar barreiras.
Quando eu quebrei – e não foi uma única vez -, eu precisei aprender a começar de novo. E o recomeço me trouxe uma série de aprendizados. Um deles foi o de que muitas vezes não conseguimos realmente dar conta do recado. E tudo bem. O importante é tirar lições dos obstáculos que a vida nos coloca.
O ativista americano Martin Luther King tem uma frase de que gosto muito e que resume bem o que eu quero dizer: “Se você não pode voar, então corra; se você não pode correr, então ande; se você não pode andar, então rasteje, mas faça o que fizer, você tem que seguir em frente.”
Dr. Arthur Guerra é professor da Faculdade de Medicina da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e cofundador da Caliandra Saúde Mental.
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