Letícia Nanci: Como identificar os sinais do câncer de pele

22 de janeiro de 2022
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Dezembro é o mês de conscientização do câncer de pele

Dezembro tem sido um mês muito importante para a dermatologia porque, desde 2014, existe o dezembro laranja, campanha criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que visa alertar a população sobre a importância da prevenção do câncer de pele. Tudo com o objetivo de reduzir o número de novos casos no Brasil, que chegam a 185 mil por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Ainda de acordo com o Inca, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos dessa doença em nosso país. Os tipos mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, que têm baixa letalidade, mas números altíssimos: 177 mil novos casos por ano. Já o melanoma, mais raro, porém o mais agressivo dos cânceres de pele, com altas taxas de letalidade e de metástase, registra 8.400 casos anualmente.

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Na tentativa de ajudar na identificação dos primeiros sinais do câncer de pele, foi criado o método ABCDE para a observação de pintas e manchas por parte do próprio paciente, em uma espécie de autoexame.

A letra “A” é de assimetria, ou seja, quando metade de uma pinta não é semelhante à outra.

“B” é de borda irregular e alerta para bordas que não são regulares.

O “C” diz respeito à cor, quando detectamos diferentes tons escuros, castanhos a negro, na mesma pinta.

O diâmetro é a letra “D” e deve-se prestar atenção se for maior que 6 milímetros.

Para finalizar, a letra “E” é de evolução, alertando para mudanças anormais em pouco tempo.

O autoexame deve ser feito com ajuda de um espelho ou até mesmo de parentes e amigos, e ao perceber qualquer uma dessas alterações, busque ajuda do dermatologista especialista imediatamente. Somente ele tem a expertise e as tecnologias necessárias para um diagnóstico preciso e, consequentemente, um tratamento eficiente.

Sempre gosto de reforçar que a prevenção é o melhor caminho. Sabemos que apenas 5% dos casos de câncer de pele são atribuídos à genética. Ou seja, nosso grande inimigo é mesmo a radiação ultravioleta emitida pelo Sol. Nesse sentido, não há nada mais eficiente do que o uso diário do protetor solar – que vale para todas as idades, até mesmo para os bebês, pois já existem filtros específicos que podem ser usados a partir dos 6 meses de idade; e evitar a exposição solar excessiva, especialmente entre 10h e 16h, pois sabemos que os efeitos da radiação solar acumulados ao longo da vida são os grandes causadores do envelhecimento e das mutações no DNA das células da pele, que levam ao câncer.

Uma novidade: um estudo publicado recentemente no “The Journal of Clinical Investigation” constatou que o uso dos lasers fracionados previne a pele fotoenvelhecida de formar essas lesões que podem se tornar câncer.

Dra. Letícia Nanci é médica do Hospital Sírio-Libanês, médica responsável pela Clínica Dermatológica Letícia Nanci; membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); da American Academy of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

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Artigo publicado na edição 92 da revista Forbes, publicada em novembro de 2021.