No entanto, os índices de vacinação caíram nos últimos dois anos, por conta da pandemia. Estes dados são bastante preocupantes especialmente no caso da vacina contra o HPV (papilomavírus humano), responsável pelo desenvolvimento de diversos tipos de câncer, tanto nas mulheres quanto nos homens.
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Por isso, é importante divulgar uma mensagem que ainda é desconhecida por boa parte da população: a vacinação pode reduzir a incidência do câncer de colo de útero e até erradicar a doença nas próximas gerações. Repito: com a vacinação, temos a possibilidade de acabar com um dos tumores mais letais para as mulheres, causa de mais de seis mil mortes anuais no Brasil.
Aqui no país, a imunização é oferecida gratuitamente no SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. O esquema vacinal completo é composto por duas doses, sendo a segunda, aplicada seis meses após a primeira.
Esta faixa etária é priorizada por ser a que apresenta melhores resultados pela grande produção de anticorpos e por ter sido menos exposta ao vírus por meio de relações sexuais. Para quem não tomou a vacina na adolescência, vale a pena conversar com um médico sobre as vantagens de fazer a imunização, em qualquer idade, mesmo com benefícios menores. Nestes casos, o efeito protetor da vacina pode diminuir, pois o imunizante não tem a capacidade de erradicar o vírus se a pessoa já o contraiu.
Então, deixo um recado especial para mães, pais, familiares e responsáveis pelas meninas e meninos de nosso país: protejam as crianças hoje e não tenham preconceito em levar seus filhos para a vacinação. Dessa forma, vamos conseguir extinguir o câncer de colo de útero.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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