La voglia di fare: a obsessão de criar

27 de fevereiro de 2022
Getty Images

Uma tarefa de gigantes espera os jovens brasileiros

A homenagem nesta edição é para aqueles que ainda não passaram dos 30 anos. E começo com o talento do Max Verstappen, lembrando-me de Ayrton Senna e outros grandes esportistas que, antes dos 30 anos, foram campeões mundiais como Rebeca Andrade, nossa medalhista, e o querido Pelé.

Mas não só no esporte o Brasil produziu personalidades fora de série. Ele está criando jovens que fazem seu nome nas diversas áreas de conhecimento, da ciência e dos negócios. Uma geração que vai tomar as rédeas de um país que, em 2050, será a quinta maior economia do mundo, segundo a Price Waterhouse e outros.

Os jovens são mais propensos a criar que a julgar, mais a executar que a aconselhar, e mais bem preparados para novos projetos que para negócios já estabelecidos.

Francis Bacon, “Ensaios”

Gostaria de lembrar para essa turma que o eixo do mundo se desloca com velocidade espantosa, trazendo a hegemonia econômico-financeira dos hoje denominados emergentes.

Basta compararmos o PIB do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Canadá) em 2021, de US$ 43 trilhões, com o PIB dos sete emergentes (China, Índia, Brasil, Rússia, Indonésia, México e Turquia), cujo valor total de produto será de US$ 53 trilhões.

E lembro também que o Brasil exportou mais para a Coreia do Sul do que para a Espanha; mais para a Malásia do que para a Itália; mais para a Índia do que para o Reino Unido; mais para a Tailândia do que para a França e a Guiana Francesa, e, pasmem, mais para Bangladesh do que para Austrália, Dinamarca, Finlândia, Áustria e Israel juntos.

Reduzimos de 14,3% para 12,3% a taxa de desemprego da população ativa: geramos, mesmo sob os efeitos da pandemia, mais de 9 milhões de vagas com carteira assinada nos últimos nove meses, segundo o Caged.

Esses dados mostram a pujança de um país que ainda deve eliminar a pobreza do nosso cenário, bem como as doenças endêmicas, graças ao choque do saneamento básico dentro da nova lei aprovada e ratificada pelo STF. Sem contar o combate à carência escolar e o uso da recém-licitada 5G para levar a internet às escolas e às populações de todos os rincões do país, como a Amazônia. Uma tarefa de gigantes espera esses jovens. Mas a estrutura básica, nossa geração ajudou a construir e a cimentar com a democracia, seguindo as palavras expressas na nossa bandeira: Ordem e Progresso.

Aprendemos todos que o diálogo forja as grandes decisões. Que as paixões podem e devem ser exercitadas dentro de um limite, e que não criem fossos transponíveis para o convívio racional de uma sociedade.

Não será destruindo a imagem do Brasil, internamente ou em especial no exterior, que se fortalecerá qualquer partido político ou seus membros. O cidadão sabe o limite das ambições pessoais e o valor de instituições nacionais.

Vilipendiar o país terá sempre um preço que pesará nos ombros dos jovens, na tarefa de reconstruir o patrimônio nacional do qual os mais velhos não cuidaram devidamente.

Como sempre, vejo com grande entusiasmo a maneira pela qual temos, mesmo aos solavancos, chegado à posição que ocupamos interna e externamente.

Mario Garnero é Chairman do Grupo Garnero e presidente do Fórum das Américas

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

Coluna publicada na edição 93, de dezembro de 2021

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