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Pouco se fala, porém, de sua prima irmã, a síndrome de boreout – que vem do inglês “bored”, que quer dizer entediado -, também muito comum no dia a dia profissional. Segundo o psicólogo Armando Ribeiro, especialista em gestão do estresse, “o boreout ocorre quando a falta da estimulação correta é o principal problema”. “Se por um lado há o excesso de estímulo no burnout, no boreout normalmente a pessoa tem capacidades acima do cargo ou da função que são subutilizadas”, explica.
A verdade é que, por não gostarem do que fazem, esses profissionais acabam utilizando mal o tempo. “Eles teriam capacidade para cumprir as metas muito mais rapidamente, mas, por causa do tédio, acabam empurrando com a barriga”, diz Ribeiro. “E gastam muito tempo do trabalho para fazer outras coisas – um executivo, por exemplo, marca reuniões propositalmente em um horário em que ficará inviável voltar para a empresa, justamente para poder trabalhar o mínimo possível”, exemplifica o estudioso da síndrome Marcelo Boeger.
Para disfarçar essa situação, as pessoas tentam passar a impressão de que estão sempre ocupadas. “Elas fingem que estão levando trabalho para casa no final de semana, mandam emails de madrugada para sugerir que estavam trabalhando naquele horário, enfim, criam um cenário para poder manter aquele trabalho, que, na verdade, desempenham muito mal”, explica Boeger. Outra característica comum desses profissionais é não tomarem decisões radicais para não correr riscos dentro da empresa, mas também sem fazer nada para melhorar seu desempenho ou a companhia para a qual trabalham.
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Também a vida pessoal do profissional com boreout é fortemente afetada. “Como a gente dificilmente separa a vida pessoal da profissional, quem vive um dia após o outro com apatia e desinteresse no trabalho provavelmente agirá assim na vida pessoal também”, explica Ribeiro. Por isso, muitas vezes, a síndrome pode levar à depressão.
Veja, na galeria de fotos, 5 estratégias para prevenir e combater a síndrome de boreout: