Saiba como sua maior inaptidão pode trazer sucesso
MeiMei Fox
21 de novembro de 2019
As inaptidões são importantes pois a partir delas é possível perceber os pontos fortes
Resumo:
Keri Elmsly, vice-presidente sênior de desenvolvimento e produção imersiva da Madison Square Garden Company e mentora da New Inc, incubadora cultural do New Museum de Nova York, conta sua trajetória rumo ao sucesso;
Segundo a produtora de instalações visuais, ao testar diversas áreas, ela foi capaz de reunir amplas redes, ideias e conjuntos de habilidades para gerar práticas e experiências artísticas bem-sucedidas;
Ser resiliente, mudar rapidamente quando for requisitado e analisar a conexão do trabalho com o propósito pessoal são estratégias para utilizar as inaptidões a fim de obter sucesso.
Keri Elmsly construiu uma carreira em torno da produção de incríveis instalações visuais de arte, design e tecnologia, desde a turnê mundial de Jay-Z e o palco principal do Coachella até a primeira Drone Orchestra ao vivo de John Cale, um dos membros fundadores da banda Velvet Underground.
Como ex-diretora criativa do estúdio de design Second Story, ela dirigiu a criação de ambientes de imersão em larga escala para marcas globais. Atualmente, é vice-presidente sênior de desenvolvimento e produção imersiva da Madison Square Garden Company, onde projeta conteúdo para a MSG Sphere, um local de última geração que usará tecnologias de ponta para ser pioneiro na próxima geração de experiências de imersão. Além disso, Keri atua como mentora da New Inc, a incubadora cultural do New Museum (museu de produções artísticas contemporâneas, localizado no Lower East Side de Manhattan), que explora a interseção de arte, tecnologia e design.
Durante sua vivência na Nova Zelândia, Keri desenvolveu uma paixão pelo design e moda enquanto aprendia a costurar e recortar tecidos com a avó. “Eu queria moldar minha imagem e meu ambiente, mas nunca fui boa em desenhar”, explica ela. “Além disso, a pré-internet na Nova Zelândia estava muito isolada da cultura do design”.
Felizmente, uma mudança para o Reino Unido com sua família levou Keri à vibrante cena musical e subcultural de Londres. Quando adolescente, ela passava todo fim de semana indo a shows despojados. “Estes foram os primeiros dias da acid house (estilo da música eletrônica, sub-vertente da house) e da cultura pós-punk tardia, com uma enorme mistura de estilos e gostos convergindo em festivais e raves”, diz ela.
Essa experiência inspirou sua década seguinte, quando colaborou com artistas e escultores europeus, realizando exposições em festivais e destinos globais exclusivos, trabalhando com a United Visual Artists e viajando pelo mundo. No entanto, embora estivesse cercada por um enorme coletivo de artistas e músicos, sabia onde estava o seu talento. Eventualmente, percebeu que ampliava o talento de outras pessoas, de modo a criar experiências de destaque e catalisar as personalidades por trás delas.
Por exemplo, Keri lançou uma fachada de mídia em larga escala para um projeto de construção de residências em Charlotte. A partir do uso de arte generativa (produzida por códigos e programação) chamada “Unify”, eles contaram visualmente a rica história do edifício, transformando o local em um espaço de reunião da comunidade. E nos Arquivos Nacionais da DC, eles criaram a exposição Rightfully Hers, uma exibição digital de três partes, focada nos direitos de voto das mulheres e projetada para inspirar a próxima geração de ativistas.
Agora, no Madison Square Garden Sphere, ela está pegando tudo o que aprendeu e aplicando a um projeto que acredita que mudará completamente a maneira como pensamos sobre experiências imersivas. “É raro quando você pode fazer parte da criação de algo que nunca foi feito. Os próximos anos serão decisivos para mim ”, afirma Elmsly.
“Eu valorizo pessoas e possibilidades”, diz Elmsly. “Criar experiências multissensoriais e espaços físicos tem um enorme valor para mim e para as pessoas que os experimentam, pois eles convidam todos a serem cidadãos curiosos, informados e engajados no mundo. Não penso em nada mais significativo que isso. Portanto, se eu voltasse no tempo e perguntasse à Keri de 17 anos se eu continuava fiel ao meu propósito, ela diria que sim. Mas precisei ampliar minha perspectiva para reconhecer isso.
De fato, Keri vê sua trajetória, na qual tentou muitas áreas em que se mostrou boa, medíocre ou até péssima, como a tendo guiado a uma carreira alinhada com seu propósito de vida. “Aprendi da maneira mais difícil que eu nunca seria mais do que vagamente mediana em muitas coisas, incluindo codificação, design visual, ilustração, escultura e mecânica. Por fim, fui capaz de reunir amplas redes, ideias e conjuntos de habilidades para gerar práticas, organizações e experiências artísticas bem-sucedidas. Eu percebi meus pontos fortes reconhecendo minhas deficiências”.
A seguir, Keri oferece seus conselhos sobre como todos podemos encontrar o caminho para o sucesso e o propósito, tomando como ponto de partidas as coisas em não somos bons: