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Porém, um elemento importantíssimo neste processo chama-se competição. Neste ponto, a já falada quase unanimidade não é tão presente. Existe farta bibliografia condenando e até mesmo tentando proibir a competição na faixa etária que compreende o conceito de criança (segundo o ECA, até 12 anos). O argumento mais utilizado é que a criança não tem estrutura psicológica suficiente para encarar a frustração decorrente das derrotas. Na infância, as crianças devem brincar, buscar a diversão, não se confrontar com os dissabores que eventos competitivos esportivos podem porventura trazer.
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O fato é que geralmente quem dificulta este processo somos nós, adultos. Pais e treinadores trazem para o ambiente esportivo infantil posturas muitas vezes inadequadas. É fácil observar pais tendo atitudes de cobrança e desapontamento nada disfarçadas quando seu filho ou filha não “vence” seu jogo. Treinadores também muitas vezes reproduzem modelos de competição adultos para seus alunos, idealizando confrontos que em nada se aproximam do universo infantil, conduzindo esse processo de uma forma inadequada. E nas vitórias também muitas vezes vemos “premiações” como um brinquedo ou o almoço no lugar favorito, se o sucesso vier.
Privar nossas crianças das lições que as competições esportivas podem trazer através de vitórias e derrotas não parece justo e correto. O problema não está aí. Talvez a resposta para essa questão esteja em conciliar o nível de cobrança à maturidade de cada criança, permitindo que ela se desenvolva no seu próprio ritmo em um ambiente seguro e acolhedor.
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Por Marcelo Motta, diretor técnico do projeto Massificação Rede Tênis Brasil
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