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É importante destacar que essa não é uma iniciativa trivial, dado o potencial que a GenAI tem para transformar a sociedade. De acordo com estimativas da McKinsey & Company, a GenAI deve melhorar o desempenho em funções como vendas e marketing, operações focadas no consumidor e desenvolvimento de software, por exemplo. Este processo pode gerar trilhões de dólares em vários setores da economia.
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Tal qual acontece com qualquer tecnologia adotada globalmente, a IA deve ser explorada e ter seus limites e riscos compreendidos. Esse processo precisar ser fruto da cooperação entre governos, empresas, universidades e sociedade civil, com o poder de propor mecanismos regulatórios para garantir o uso e a implementação responsável de sistemas de inteligência artificial – desde a concepção ao desenvolvimento. Um exemplo disto ocorreu em junho de 2023, quando o Fórum Econômico Mundial lançou a iniciativa AI Governance Alliance, que visa acelerar o desenvolvimento de diretrizes éticas e frameworks de governança global para GenAI, maximizando ao mesmo tempo o valor econômico e social que a tecnologia cria.
A IA é uma responsabilidade compartilhada e que requer uma abordagem integrada, multissetorial e global, construída em alinhamento com as políticas e regulamentações tecnológicas existentes, especialmente no que diz respeito à privacidade. A segurança e a confiabilidade devem ser exploradas em todos os níveis – desde a infraestrutura até o resultado dos modelos de aprendizado de máquina. Os dados que alimentam a IA, bem como os seus resultados, precisam de ser utilizados para o bem e protegidos contra ameaças.
Em termos de sustentabilidade, existe uma oportunidade de aproveitar a IA, protegendo ao mesmo tempo o ambiente, minimizando as emissões e dando prioridade às fontes de energia renováveis. A IA é uma tecnologia intensiva e exigente em termos de computação e, coletivamente, devemos explorar como usá-la de forma sustentável desde o princípio, uma vez que a procura por suas capacidades só aumentará.
Também é importante ter em mente que a inteligência artificial como domínio tecnológico não é independente de outras áreas importantes, como privacidade, dados, nuvem, segurança, entre outras. A política de IA deve considerar as suas necessidades e o seu impacto no ecossistema tecnológico mais amplo, bem como nas principais partes interessadas. Ou seja, a regulamentação para a IA nunca deve ser criado no vácuo. Além disso, é crucial que os esforços políticos dos governos, das empresas e da sociedade envolvam profundamente a indústria para que não estabeleçam regulamentações em torno de tecnologias obsoletas.
Há caminhos consideravelmente fáceis para selecionar dados com menor risco para alimentar a IA e fornecer ainda assim um conjunto valioso de ferramentas. A redução do risco é vantajosa pois proporcionará valor incremental e aprendizagem para preparar melhor a sociedade para lidar com os problemas mais difíceis neste espaço.
GenAI é uma realidade e acreditamos no seu poder transformador. No entanto, ao mesmo tempo que exploramos o seu potencial, precisamos garantir que governos, empresas e sociedade civil trabalhem em conjunto para que a tecnologia seja usada de forma responsável, através dos princípios de compartilhamento, segurança e sustentabilidade. É nossa responsabilidade coletiva equilibrar a inovação, o bem-estar social e a preservação dos direitos individuais. Afinal, somente através da confiança mútua e do esforço coletivo poderemos extrair o máximo potencial que a IA pode oferecer a todos.
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