Além da IA: quais soluções devemos ter atenção em 2024?

18 de dezembro de 2023

É inegável que 2023 foi o ano em que a inteligência artificial esteve em todas as conversas no mundo corporativo, tanto que para o próximo ano, a Gartner, líder global em pesquisa empresarial, prevê nas tendências em fusões e aquisições (M&A) um aumento na aquisição de negócios baseados em IA, mas também a utilização dela para aprimorar processos. Para que uma guinada dessas aplicações siga o previsto e desejado por todos, alguns setores deverão prosperar conjuntamente para criar estruturas robustas, confiáveis e atrativas para o mercado e clientes.

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A engenharia de dados, por exemplo, desempenhará um papel crucial em 2024, à medida que avançamos em um cenário tecnológico cada vez mais complexo. Sua função de curadoria das informações, desempenhará um papel vital na preparação e disponibilização de dados para consumo por aplicações diversas. O destaque para este setor é justificado pela necessidade premente de estabelecer bases sólidas e confiáveis para impulsionar a inteligência artificial (IA). A engenharia de dados emerge como o alicerce estrutural essencial, garantindo a qualidade, integridade e acessibilidade dos dados críticos para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras.

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A governança de dados é outro setor que deve prosperar por ser essencial na construção e adaptação de novas tecnologias, moldando suas trajetórias e maximizando o impacto de inovação. Abrangendo a formulação de políticas, procedimentos e atribuições de responsabilidade, ela visa assegurar a qualidade, integridade e segurança dos dados. Este aspecto ganha destaque em um contexto em que as informações proliferam de maneira exponencial, movendo-se em tempo real por diversos ambientes estabelecendo diretrizes para a coleta, armazenamento, acesso e compartilhamento de dados, com o intuito de garantir conformidade com as regulamentações vigentes, além de assegurar que as ferramentas empregadas gerem valor efetivo no processo de tomada de decisões.

Outra projeção da Gartner que promete criar perspectivas de negócios são as aplicações em nuvem com esperado aumento de 20,4% nos gastos globais com serviços de Nuvem Pública. Semelhante ao cenário de 2023, o crescimento será impulsionado pela conjunção de elevação nos preços oferecidos pelos provedores de nuvem e uma crescente utilização desses serviços. Os provedores de infraestrutura de nuvem (ICPs) abordam resultados de negócios significativos para o setor, mesclando Software como Serviço (SaaS) e Plataforma como Serviço (PaaS), juntamente com serviços de Infraestrutura como Serviço (IaaS), apresentando uma oferta completa de produtos com recursos interligados. Essa abordagem normalmente incorpora uma estrutura de dados específica do setor, uma biblioteca de pacotes de recursos empresariais, ferramentas de composição e outras inovações de plataforma. Os ICPs são propostas de nuvem personalizadas, adaptadas às necessidades específicas de um setor ou organização.

Por fim, apontaria algo que deve ser tendência e foco de nós líderes todos anos: o fator humano. Em um cenário empresarial cada vez mais impregnado por avanços tecnológicos, a força de trabalho humana deve seguir como uma constante crucial, demandando a atenção e investimentos estratégicos. Para o próximo ano, a gestão de pessoas deve colocar em destaque a importância de desenvolver líderes e gestores, reforçar a cultura organizacional em um contexto de trabalho híbrido, adotar tecnologias de RH de forma responsável e eficaz, incorporando práticas eficientes e redesenhando abordagens de carreira para se alinhar com as expectativas dos colaboradores.

Ao priorizar a força de trabalho humana e investir nas áreas mencionadas, os líderes empresariais estarão mais bem preparados para enfrentar os desafios da evolução tecnológica, garantindo ao mesmo tempo um ambiente de trabalho sustentável, dinâmico e centrado nas necessidades dos colaboradores.

 

*Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Brasil.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.