Pedro Caxa: ele criou um game, rompeu sociedade e hoje se aproxima do milhão

6 de setembro de 2023

Pedro Caxa: “Para empreender no mundo dos games, é preciso ter paixão pelo que está fazendo, isso é muito importante”

Tudo começou durante a pandemia, quando Pedro Henrique Martins Cruz, natural de Ribeirão Pires, região metropolitana de São Paulo, criou um jogo para lidar com um quadro de depressão. Na verdade, antes mesmo de lançar o game, Pedro Caxa, como é conhecido, viralizou no TikTok e tornou-se um importante produtor de conteúdo gamer da plataforma. Desde então, o Camp Wars é um de seus principais projetos. Porém, nem tudo foram vitórias na trajetória entre sua concepção, o apoio de grandes empresas até a venda para a desenvolvedora DX Gameworks.

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“Com a pandemia, em 2020, eu passei a criar meu próprio jogo e divulgar nas redes sociais, isso gerou muita repercussão e possibilitou que eu abrisse meu negócio, a Caxa Games. Graças a uma campanha coletiva, conseguimos arrecadar R$ 5 mil, o que não era muito mas possibilitou o início do projeto. Além da Caxa Games, eu fundei a Gamer House Brasil, que é uma casa de criadores de conteúdo que acontece sazonalmente, no estilo de reality show. A primeira edição foi realizada em 2022 e um sucesso de audiência, conseguimos o apoio de grandes empresas, como Outback, Logitech, Flying Horse e Trio”, afirma.

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No primeiro ano de faturamento, mesmo com o projeto sendo apenas uma aposta, Caxa movimentou cerca de R$ 200 mil. “Esse número mais do que dobrou no segundo ano e a expectativa para 2023 é de ultrapassar R$1 milhão. Claro que já esperamos dobrar esse valor. No final do ano passado, o jogo recebeu um investimento do Itaú. Em pouco tempo, tínhamos recursos e uma equipe que o desenvolve até hoje. Estamos na fase do refino final. O jogo deveria ter sido lançado no ano passado, porém tivemos desafios para atualização e ajustes já que a demanda foi alta: mais de 100 mil pessoas tiveram contato com o game em um mês”, lembra Caxa.

Sociedades desfeitas

A primeira experiência de Caxa com sócios não deu certo. “Eu já estive em várias sociedades, recebi investimento e tive a minha empresa adquirida. Minha primeira experiência não deu certo. As visões dos sócios não estavam convergindo, isso me fez aprender que é preciso estar junto de pessoas que ou estejam muito dispostas a aprender como o mercado funciona. Muitos investidores do ramo da tecnologia não sabem trabalhar diretamente com games. Diferente do mercado tecnológico, os jogos envolvem arte e entendimento do que o público realmente procura e é fundamental para tomar decisões durante o processo de desenvolvimento”, afirma.

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“Para empreender no mundo dos games, é preciso ter paixão pelo que está fazendo, isso é muito importante. Pelo fato de ser um gamer, eu consigo sempre pensar quais são as dores do público de jogos, me faz ter um entendimento melhor do que precisa ser feito. Quem está entrando no mercado sem entender pode acabar se tornando refém do que a indústria já está fazendo, diminuindo as chances de inovar, e de achar soluções inéditas”, destaca Caxa.