A mensagem veio em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada hoje (23), na qual o BC também apontou que o país já estaria próximo do limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros Selic, a partir do qual novos cortes seriam contraproducentes. Na semana passada, o BC cortou os juros básicos em 0,75 ponto percentual, à nova mínima histórica de 2,25% ao ano.
“Dados relativos ao segundo trimestre corroboram a perspectiva de forte contração do PIB no período e sugerem que a atividade atingiu o seu menor patamar em abril, havendo recuperação apenas parcial em maio e junho”, disse o BC hoje.
“O cenário básico considerado pelo Copom considera uma queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre”, acrescentou.
Na ata, o BC voltou a afirmar que o impacto da pandemia de coronavírus sobre a economia será desinflacionário e associado a forte aumento do nível de ociosidade dos fatores de produção. Por outro lado, ponderou que os programas de estímulo ao crédito e de auxílio à renda lançados pelo governo podem recompor “parte significativa” da demanda agregada que seria perdida pela crise com o surto de Covid-19.
Depois de ter deixado na semana passada a porta aberta para nova redução “residual” da Selic à frente, condicionada à avaliação do cenário, o BC reafirmou a sinalização na ata, pontuando que novas informações sobre a evolução da crise e uma diminuição das incertezas no âmbito fiscal serão essenciais para definição dos seus próximos passos.
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Sobre o limite efetivo mínimo para a Selic, a partir do qual novas reduções não seriam mais eficazes, o BC ponderou que esse limite é dinâmico e tende a ser maior no Brasil pela fragilidade das contas públicas e incerteza quanto ao que acontecerá nesse front no futuro.
CAUTELA
Sobre os componentes principais do custo de crédito no país, o BC disse que o prêmio por liquidez parece prevalecer, ressaltando que esse conjunto de fatores justifica a cautela na condução da política monetária.
Apesar disso, o BC ressaltou que segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação, renovando seu compromisso com a meta para a inflação, “que sempre foi e segue sendo o principal objetivo da política monetária”.
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