O dólar era negociado em alta acentuada contra o real na manhã de hoje (8), com os operadores voltando de um final de semana prolongado de olho na cautela internacional em meio a tensões entre Estados Unidos e China e a ruídos sobre um Brexit sem acordo.
Ontem (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, levantou a ideia de separar sua economia e a da China, voltando a amargar a retórica com o país asiático à medida que as eleições presidenciais norte-americanas de novembro se aproximam.
Já o Reino Unido iniciou uma nova rodada de negociações comerciais do Brexit hoje com um alerta à União Europeia de que está acelerando os preparativos para sair do bloco sem um acordo, o que elevava o nervosismo dos investidores globais, prejudicando o apetite por ativos arriscados.
“O mercado reage à sinalização de uma piora na relação entre China e Estados Unidos, o retorno das preocupações em torno de um Brexit sem acordo e novos sinais de piora nas condições sanitárias na zona do euro”, disse em nota o time econômico da Guide Investimentos.
“Ainda não há indícios de ações que ameacem o acordo comercial assinado em janeiro pelas duas potências, mas a proximidade com as eleições parece levar Trump a querer apertar o cerco dos chineses frente ao seu eleitorado”, completou.
Hoje, os futuros de Wall Street, as bolsas de valores europeias e moedas de países emergentes — como peso mexicano, lira turca e rand sul-africano — operavam em queda, refletindo a maior aversão a risco, enquanto o índice do dólar apresentava alta.
Além de refletir as manchetes pessimistas das principais economias, o mercado local apresentava correção ao voltar de um fim de semana prolongado. “Hoje temos um pregão um pouco atípico devido a ajuste após os mercados terem permanecido fechados na véspera”, disse à Reuters Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos.
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Na última sessão, na sexta-feira (4), o dólar negociado no mercado interbancário teve alta de 0,33%, a R$ 5,3081 na venda.
Em 2020, em meio a um ambiente de juros baixos, incerteza política e crescimento econômico fraco, o dólar acumula salto de cerca de 34% contra o real.
Nos últimos meses, em momentos em que o real apresentou movimento muito divergente em relação a pares emergentes, o Banco Central tem marcado presença nos mercados de câmbio, chegando a anunciar leilões de venda de dólar à vista para corrigir movimentos vistos como exagerados.
O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021. (Com Reuters)
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