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Em seu Relatório de Estabilidade Financeira lançado hoje (15), o BC pontuou que o novo teste levou em conta dados observados, ao passo que o antigo havia se baseado em premissas teóricas. A necessidade de aporte apurada agora seria equivalente a 3,5% do total do Patrimônio de Referência do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
“Esses resultados corroboram a capacidade do SFN para absorver os choques provenientes dos efeitos da pandemia, mesmo sob hipóteses severas”, acrescentou.
No relatório, o BC avaliou que o sistema financeiro do país entrou no desafiador período do surto de coronavírus bem capitalizado, bem provisionado e com liquidez elevada. Disse ainda que as medidas implementadas pelo governo reforçaram essas condições de resiliência para o enfrentamento ao aumento do risco de estabilidade financeira.
“Os mercados financeiros funcionaram adequadamente, e o balanço do sistema bancário cresceu consideravelmente no primeiro semestre de 2020, com elevado volume de captações e suprimento de crédito para a economia real no ritmo mais acelerado dos últimos cinco anos”, disse.
Numa frente, o BC reconheceu que, em meio ao quadro de crise, a taxa Selic de 2% ao ano, seu piso histórico, pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais.
No relatório desta manhã, o BC frisou que segue atento ao desenrolar das ações implementadas durante a crise, olhando especialmente para a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, e para o comportamento das dívidas que tiveram suas parcelas postergadas conforme termina a carência concedida.
“(O adiamento do pagamento das dívidas) teve êxito em aliviar a liquidez de curto prazo dos clientes bancários e em preservar a solvência das instituições financeiras, mas pode ter postergado a materialização do risco de crédito”, alertou o BC.
Para mitigar esse risco, o sistema bancário aumentou seu volume de provisões e apresentou, em junho de 2020, um dos maiores índices de cobertura de Ativos Problemáticos (APs) da série, de 87,83%, destacou o BC.
RENTABILIDADE
Justamente em função do aumento das provisões para perdas com crédito, a rentabilidade do sistema bancário medida pelo retorno sobre patrimônio líquido (ROE) caiu no primeiro semestre deste ano a 11,2%, ante 17,8% no mesmo período do ano anterior.
Numa janela de 12 meses, o ROE do sistema bancário recuou a 13,6% em junho, ante 16,7% em dezembro do ano passado.
“No entanto, a incerteza quanto ao cenário para 2021 continua elevada. O cenário deve ficar mais claro conforme as medidas temporárias de combate à crise forem sendo removidas, o que permitirá ter uma dimensão mais precisa sobre os efeitos da pandemia da Covid-19 na inadimplência do sistema”, complementou. (Com Reuters)
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