Com exterior e balanços, Ibovespa sobe quase 3% e dólar tem forte queda

5 de novembro de 2020

O Ibovespa fechou o terceiro dia consecutivo no azul, ganhando 2,95% na sessão e recuperando o patamar dos 100 mil pontos. Além do movimento altista no exterior, a bolsa brasileira foi sustentada por balanços positivos no lado corporativo, com destaque para o Grupo Ultra que avançou mais de 14% no dia. O dólar encerrou em forte queda refletindo a fraqueza mundial da moeda norte-americana. A divisa cedeu 1,92% contra o real, negociada a R$ 5,54 na venda. No ano, o dólar acumula alta de 38% contra o real.

No exterior, as eleições presidenciais nos EUA parecem distantes de uma resolução, com votos ainda chegando pelos correios em diferentes estados em uma disputa cada vez mais acirrada. No mercado de ações, as incertezas políticas são ofuscadas pela expectativa de que o fim da corrida eleitoral abrirá caminho para outras questões cruciais à economia norte-americana, como a aprovação de um novo pacote de estímulo econômico. O Dow Jones avançou 1,95% na sessão de hoje e o Nasdaq teve alta de 2,59%.

Os investidores mantêm suas apostas em uma vitória democrata para a Casa Branca com Senado controlado pelos republicanos, cenário que favorece a demanda por apoio fiscal e limita as chances de novos impostos para as empresas, graças à oposição dos senadores.

“A economia americana continua sendo a locomotiva do crescimento mundial gerando grandes oportunidades de investimentos, além de liderar a revolução tecnológica que vivemos. Vale o investidor ficar atento aos rumos que a eleição tem tomado e acompanhar a volatilidade com prudência e aproveitando as boas oportunidades desse momento”, avalia Rossano Oltramari, estrategista e sócio da 051 Capital.

Ainda no exterior, o Federal Reserve manteve sua política monetária de afrouxamento intacta nesta quinta-feira e se comprometeu novamente a fazer o que puder nos próximos meses para sustentar uma recuperação econômica norte-americana. “Eles permaneceram com o que o mercado esperava. Acho que há uma preocupação com a economia e com a trajetória da economia. Mas basicamente não acho que eles surpreenderam o mercado, mantiveram a postura acomodatícia e sustentaram que é necessário estímulo fiscal”, disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de mercado da Prudential Financial em Newark, New Jersey.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez hoje forte defesa da necessidade de o país se comprometer com a sustentabilidade das contas públicas no pós-pandemia, frisando que sem isso há sério risco de desorganização dos preços de mercado.”É muito importante que o Brasil volte para esse rumo de disciplina fiscal porque se não acontecer isso nós corremos sério risco de ter uma desorganização dos preços de mercado”, disse ele, ao participar por videoconferência do 8º Fórum Liberdade e Democracia. (Com Reuters)

DESTAQUES DO IBOVESPA

Maiores Altas
UGPA3: +14,39% a R$ 19,63
CSNA3: +10,68% a R$ 73,92
GOLL4: +10,46% a R$ 17,53
AZUL4: +9,41% a R$ 25,58
CIEL3: +8,11% a R$ 3,60

Maiores Baixas
CSNA3: -2,15% a R$ 20,98
COGN3: -1,79% a R$ 4,39
SUZB3: -0,83% a R$ 51,20
KLBN11: -0,50% a R$ 23,96