Além disso, a moeda permanecerá “à mercê” das sinalizações do Banco Central sobre oferta de liquidez e dos fluxos de compra de dólar decorrente do desmonte de overhedge.
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“Parece que o mercado ficou confortável em apostar no real, porque talvez o BC vá ofertar o volume necessário de dólares”, disse Zerbini, referindo-se à expectativa de compra de cerca de US$ 15 bilhões na virada do ano por causa do desmonte do overhedge.
Um fator de apoio ao câmbio, segundo Zerbini, poderia vir de eventual aumento de juros em 2021. Mas ele ponderou que esse movimento teria de ser para “normalizar” a política monetária, mirando a inflação, e não por deterioração da percepção de risco oriunda de piora nas expectativas fiscais.
“Você começaria a tentar equiparar o Brasil em termos de carry (retorno de taxa de juros) aos demais pares, como África do Sul e México”, afirmou o gestor.
Zerbini avalia que nos atuais preços os ativos brasileiros têm potencial de valorização caso a classe política tire um “coelho da cartola”, com eventual maior empenho para as reformas estruturantes.
“Nosso cenário-base é não haver quebra do teto de gastos, mas sem coelho da cartola. O auxílio emergencial não deverá ser renovado, mas é preciso caminhar para aprovação da PEC emergencial”, disse.
Com um dólar a R$ 5 nos primeiros três meses de 2021, a curva de juros, que segue bastante inclinada, poderia ver alívio de prêmio, com redução de 30 pontos-base a 40 pontos-base no spread entre os vencimentos de DI janeiro de 2027 e janeiro de 2022, hoje em 434 pontos-base, próximo do pico deste ano de 449 pontos-base, alcançado em meados de abril.
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