Em sua última reunião de política do ano esta semana, o banco central dos EUA deve manter sua principal taxa de juros ‘overnight’ fixada perto de zero e sinalizar que ela permanecerá nesse patamar nos próximos anos. Muitos analistas também esperam novas orientações sobre por quanto tempo o Fed manterá seu maciço programa de compra de títulos.
A política monetária super flexível faz parte de uma estratégia de longo prazo que o Fed adotou em agosto para ajudá-lo a navegar em um mundo de juros persistentemente baixos que limita as opções do banco para combater desacelerações e dificulta o cumprimento de sua meta de inflação de 2%.
Retomar essa promessa ousada esta semana não parecerá fora de lugar em meio ao aumento alarmante dos casos de Covid-19 e mortes nos Estados Unidos, ameaçando paralisar uma recuperação ainda parcial. O mercado de trabalho recuperou apenas cerca de metade dos 22 milhões de empregos perdidos desde o início da pandemia.
Mas, no ano que vem, quando se espera que o lançamento amplo de novas vacinas contra o coronavírus torne gradualmente mais seguro jantar fora, viajar e retomar outras atividades suspensas durante a crise, a nova estrutura do Fed será testada.
Espera-se que o crescimento econômico se recupere, e com ele os ganhos de empregos, visões que provavelmente se refletirão nas novas projeções econômicas que serão divulgadas depois que o Fed encerrar sua reunião de dois dias na quarta (16).
Isso é consistente com o novo quadro, se a economia não tiver alcançado uma inflação sustentada de 2% até então.
Mas, se os operadores começarem a precificar aumentos antecipados dos juros, o Fed precisará reagir, corrigindo a percepção equivocada do mercado verbalmente ou, se necessário, ajustando seu programa de compra de títulos para reduzir ainda mais os custos de empréstimos de longo prazo por meio de compras de dívida.
Se o Fed emitir uma nova orientação sobre seu programa de compra de ativos nesta semana, pode ser necessário deixar a porta aberta para fazer exatamente isso, em parte como um seguro contra qualquer reação exagerada do mercado a uma melhor perspectiva econômica para o próximo ano. (Com Reuters)
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