Copom mantém Selic em 2%, mas retira forward guidance

20 de janeiro de 2021
Glowimages/GettyImages

Medida abre caminho para mudanças na taxa de juros do país

O Banco Central manteve a taxa básica de juros na mínima histórica de 2% ao ano hoje (20), em linha com o esperado pelo mercado, e retirou do seu comunicado o “forward guidance”, por meio do qual mantinha o compromisso de não elevar os juros desde que algumas condições estivessem satisfeitas.

“O forward guidance deixa de existir e a condução da política monetária seguirá, doravante, a análise usual do balanço de riscos para a inflação prospectiva”, afirmou o Comitê de Política Monetária (Copom) em comunicado.

Com o ‘forward guidance’ (orientação futura), adotado em agosto, o Copom se comprometeu a não elevar os juros até que as expectativas e projeções de inflação se aproximassem das metas no horizonte considerado relevante para a política monetária (até 2022) e contanto que o governo mantivesse seu regime fiscal.

“Em vista das novas informações, o Copom avalia que essas condições deixaram de ser satisfeitas já que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estão suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária”, afirmou o Copom nesta quarta.

Em sua última reunião de 2020, em dezembro, o Copom afirmou que as condições para o ‘forward guidance’ poderiam não estar mais satisfeitas “em breve”, mas ressaltou que a retirada da orientação não implicaria mecanicamente uma elevação da taxa de juros.

Na última semana, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, disse, por outro lado, que não haveria impedimento a uma elevação dos juros logo após a retirada do ‘forward guidance’ e que considerava “natural” uma discussão sobre a normalização da Selic.

Esta foi a quarta reunião seguida em que o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa de juros estável. Em pesquisa Reuters, todos os 32 economistas consultados esperavam a manutenção da Selic, mas em meio a pressões inflacionárias, a maioria indicou que o viés para os juros é de alta.

“O principal motivo é, sem dúvidas, a inflação persistente dos últimos meses e as projeções de inflação subindo a cada dia e ficando cada vez mais próxima do centro da meta que já foi rompido em 2020”, explica Flávio Aragão, sócio da 051 Capital.

A inflação ao consumidor medida pelo IPCA fechou 2020 em 4,52%, acima da meta central de inflação de 4%. A meta deste ano é de 3,75%, também com uma margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. (Com Reuters)

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