Focus Energia avança em IPO e prevê levantar R$ 1 bilhões com oferta de ações

15 de janeiro de 2021
Thianchai Sitthikongsak/Getty Images

oferta, que envolverá venda primária de inicialmente 42,45 milhões de ações ordinárias e secundária de até 14,8 milhões de ações ordinárias.

A comercializadora de eletricidade Focus Energia vai realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). As ações saem com faixa indicativa entre R$ 21,20 e R$ 28,60, o que levantaria cerca de R$ 1 bilhão para a empresa.

A fixação do preço por ação na oferta da companhia, que será coordenada por Morgan Stanley, Santander Brasil, Citigroup e UBS, é prevista para 4 de fevereiro, segundo prospecto preliminar divulgado ontem (14). A oferta, que envolverá venda primária de inicialmente 42,45 milhões de ações ordinárias e secundária de até 14,8 milhões de ações ordinárias, ainda poderá ser acrescida em 15% e 20% em relação aos montantes originais em caso de ações adicionais e lote suplementar.

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A empresa pretende utilizar os recursos da operação para investir em projetos de geração de energia, principalmente solar, com a intenção de revender a produção dos parques no chamado mercado livre, onde grandes consumidores negociam diretamente seu suprimento elétrico com empresas do setor. A companhia também pretende utilizar parte da arrecadação para despesas corporativas gerais e fortalecimento de sua estrutura de capital e liquidez, ainda segundo o documento.

A estratégia da Focus prevê a construção do chamado Projeto Futura, um empreendimento de energia solar que, segundo a companhia, seria um dos maiores do Brasil e do mundo, com potencial para até 3 gigawatts em capacidade. A Focus também pretende estruturar projetos de geração distribuída de energia. Uma primeira fase do projeto, para a qual a Focus já adquiriu os direitos de desenvolvimento, envolveria as usinas Futura 1 e 2, com mais de 671 megawatts em capacidade instalada. A empresa possui opções de compra para futuras expansões.

No prospecto, a Focus diz que espera implementar essas primeiras etapas do projeto com a negociação de contratos de fornecimento de energia por longo prazo no mercado livre com um ou mais clientes. “Até a data desse memorando de oferta, nós temos 182,4 megawatts médios em contratos de médio e longo prazo para Futura 1”, apontou a empresa, sobre os esforços para comercialização da produção. O investimento estimado para a construção da usina Futura 1 é de aproximadamente R$ 2,24 bilhões, segundo o documento.

Para a usina Futura 2, a empresa já negociou 103 megawttts médios em energia até o momento e está em fase final de negociação para mais 100 megawatts médios, segundo o prospecto. O investimento estimado nessa usina também é de R$ 2,2 bilhões.

A empresa disse que mantém negociações com o BNDES e com o Banco do Nordeste (BNB) para financiamentos, mas também pode avaliar a emissão de debêntures de infraestrutura. A companhia mencionou que espera se aproveitar de um plano do Ministério de Minas e Energia, que tem buscado aprovar uma reforma regulatória no setor elétrico que reduziria gradualmente limites para que empresas possam comprar sua energia no mercado livre.

“Dada nossa posição no mercado, pretendemos continuar como um dos líderes na venda de energia no mercado livre, um segmento com expectativa de crescimento no número de consumidores nos próximos anos”, afirmou a empresa, citando a expectativa de mudanças na legislação. O IPO da Focus vem em momento aquecido do setor de comercialização de energia, que registrou em 2020 o mais intenso crescimento em números de novos consumidores livres desde 2016, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Entre janeiro e setembro de 2020, a Focus Energia registrou uma receita operacional líquida de R$ 841,9 milhões, com lucro líquido de R$ 46,9 milhões, segundo dados disponíveis no prospecto. O início das negociações das ações da empresa no Novo Mercado da B3 é previsto para 8 de fevereiro. Antes, a comercializadora Compass Energia, da Cosan, e a 2W Energia também chegaram a registrar pedidos de IPO, mas não seguiram adiante com as operações. (com Reuters)

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