Ibovespa abre em alta com risco fiscal e vacinações no radar

28 de janeiro de 2021

O Ibovespa abre a sessão desta quinta-feira (28) em alta, avançando 0,08% aos 115.978 pontos nos primeiros negócios do dia, com a atenção do mercado aos novos ruídos no plano político sobre a vacinação no Brasil.

O Instituto Butantan disse ontem que espera “o quanto antes” uma resposta do Ministério da Saúde sobre o interesse na compra de um lote adicional de 54 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, afirmando ainda não ser possível se limitar “à frieza da burocracia” em meio a uma pandemia.

O comunicado foi uma resposta à nota divulgada pelo Ministério, afirmando que tem exclusividade contratual na compra de doses da CoronaVac importadas e produzidas pelo Butantan e prazo até 30 de maio para manifestar interesse no lote adicional. Sem a sinalização prévia do Ministério, o Butantan deve priorizar a negociação e exportação de vacinas para outros países.

A pauta fiscal segue também sob o radar dos investidores, em meio a incertezas sobre o respeito ao teto de gastos por parte do governo diante das fortes despesas geradas pela pandemia. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não há espaço fiscal para cumprir os compromissos do governo e do candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL) assumidos na negociação pela sucessão da presidência da Casa.

“Pela conta que eu fiz, e pelo Orçamento que nós teremos para 2021, pelo que eu vi que o governo está prometendo junto com seu candidato, vai dar pelo menos uns R$ 20 bilhões de emendas extraorçamentárias. Eu quero saber é em que Orçamento para o ano de 2021, com todo o problema do teto de gastos, que eles poderão cumprir, se vitoriosos, essa promessa”, questionou Maia, em coletiva.

“Neste momento o governo está pressionado pela corrente política que deseja a reedição dos programas assistenciais, para os quais não existem fontes de financiamentos, mas este estado de coisas exerce pressão psicológica sugerindo descumprimento do teto orçamentário, o que (…) é negado pelo governo e provoca enormes ruídos, afetando as perspectivas negativas”, explicou Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

O mercado acompanham ainda nesta manhã dados sobre a estrutura do mercado de trabalho brasileiro. A taxa de desemprego no país alcançou entre setembro e novembro 14,1%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) hoje. Ainda nesta manhã, o Ministério da Economia divulgará dados sobre vagas formais de trabalho em dezembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O dólar opera em alta contra o real nesta quinta-feira, subindo 0,84% e negociado a R$ 5,45 na venda às 10h25, horário de Brasília, ampliando os fortes ganhos registrados na sessão anterior em meio à piora no apetite por risco no exterior.

Os índices futuros em Wall Street e as Bolsas europeias também operam com perdas nesta manhã. O mercado segue acompanhando as dificuldades no avanço das vacinações em meio a números ainda elevados de contaminações e mortes pela segunda onda de Covid-19. Na Ásia, os benchmarks do mercado chinês terminaram o dia na maior queda em mais de seis meses, atingidos por preocupações dos investidores de uma postura monetária mais rígida do governo para controle dos preços das ações e dos mercados imobiliários. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 2,73% na sessão. (Com Reuters)

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