Intel evita abraçar terceirização e investiga ataque hacker

22 de janeiro de 2021
Divulgacão/REUTERS

A receita do quarto trimestre foi de US$ 20 bilhões e o lucro ajustado de US$ 1,52 por ação

O novo presidente-executivo da Intel disse durante divulgação dos resultados da companhia que a maioria dos produtos da empresa previstos para 2023 serão produzidos em fábricas próprias da empresa, mas traçou um futuro de dois caminhos que dependerá mais fortemente das fábricas externas.

A ausência de um apoio mais forte da terceirização pelo novo presidente, Pat Gelsinger, fez com que as ações da companhia caíssem 4,7% após o fim do pregão de ontem (21).

A empresa também afirmou que está investigando o acesso “não autorizado” a alguns de seus resultados e o Financial Times citando o vice-presidente financeiro dizendo que a companhia foi hackeada.

A Intel previu receita e lucro no primeiro trimestre acima das expectativas de Wall Street, continuando a se beneficiar da alta da demanda por computadores gerada pelas medidas de isolamento social.

Gelsinger disse estar “confiante de que a maioria dos nossos produtos em 2023 será fabricada internamente”, embora também tenha dito que o uso de fábricas de chips externas provavelmente aumentará “para certas tecnologias e produtos”.

A Intel está considerando desde julho passado abandonar sua estratégia de desenvolver e produzir chips, formando parcerias com empresas externas. Esses parceiros podem ser a Taiwan Semiconductor Manufacturing e a Samsung Electronics. A tecnologia de produção da Intel, chamada de processo de 7 nanômetros, é esperada para 2023.

A decisão da Intel coincide com uma medida de parlamentares dos Estados Unidos que aprovaram uma legislação bipartidária para financiar a fabricação de chips no país. Mas a nova lei ainda não especificou os níveis de financiamento ou destinatários, e o analista da Forrester Research, Glenn O’Donnell, disse que a Intel pode aproveitar a oportunidade para solicitar o apoio do governo dos EUA para a produção nacional.

Impulsionada por um novo processador para computadores, a Intel recuperou algum impulso no mercado de PCs, com os volumes de chips crescendo 33%, ritmo mais rápido do que o aumento de 26% no mercado geral de PCs, de acordo com dados da empresa de pesquisa IDC.

As vendas da unidade de chips para data centers, que impulsionaram o crescimento da Intel nos últimos anos, foram de US$ 6,1 bilhões, em comparação com estimativas de analistas de US$ 5,48 bilhões, de acordo com dados da FactSet.

Mas as vendas para clientes de computação em nuvem, alguns dos maiores compradores de chips dedicados para data centers, caíram 15% no quarto trimestre. As margens operacionais de chips de data centers foram de 34% no trimestre, abaixo dos 48% do ano anterior.

“Achamos que as margens operacionais (de data center) vão melhorar à medida que nos aproximamos do segundo semestre do ano, quando esperamos uma recuperação nas vendas de chips de computação em nuvem”, disse o vice-presidente financeiro da Intel, George Davis.

A empresa também anunciou aumentou de 5% nos dividendos.

A fabricante de chips disse que espera vendas ajustadas no primeiro trimestre fiscal de US$ 17,5 bilhões e lucro ajustado por ação de US$ 1,10, ambos acima do consenso dos analistas, de acordo com dados da Refinitiv.

A receita do quarto trimestre foi de US$ 20 bilhões e o lucro ajustado de US$ 1,52 por ação, também superando as expectativas de Wall Street. (Com Reuters)

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.