A antecipação da projeção ocorreu, segundo o Itaú, devido ao ambiente de alta de preços de commodities não compensada pela apreciação da taxa de câmbio. Antes, a equipe de economistas do banco previa que o colegiado do BC iniciaria um ciclo de alta de juros em agosto. “Reconhecemos que, em caso de novas surpresas altistas no IPCA ou piora do balanço de riscos, a taxa Selic poderia subir ainda antes, já na reunião de março”, declarou a área de pesquisa macroeconômica do banco, chefiada por Mario Mesquita, ex-diretor do BC.
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Entre outras variáveis macro, o Itaú manteve projeção de dólar a R$ 4,75 ao fim de 2021, número revisado para baixo em dezembro (ante prognóstico de R$ 5) e que também é a previsão para o término de 2022. Os economistas avaliaram que a moeda brasileira começou o ano afetada pelo cenário internacional e, em especial, por incertezas domésticas, com a pressão podendo seguir no curto prazo, mas ponderaram que os fundamentos indicam apreciação.
“Com a manutenção do teto de gastos nos próximos anos, a incerteza fiscal e o prêmio de risco devem diminuir. Isso, somado à retomada do crescimento econômico, aos preços de commodities mais elevados, fluxos comerciais favoráveis, e ao aumento da taxa básica de juros, abre espaço para uma volta do fluxo de dólares para o país e consequente apreciação cambial”, afirmou a equipe do Itaú.
Os superávits na balança comercial brasileira serão maiores em 2021 e 2022 do que o antecipado antes pelo banco privado, com saldos positivos de US$ 77 bilhões em 2021 e de US$ 70 bilhões em 2022 (ante US$ 70 bilhões e US$ 65 bilhões, respectivamente), apoiados em preços mais altos das commodities.
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