O Ibovespa fechou o dia em queda, perdendo 0,64% aos 118.430 pontos, pressionado pelo recuo nas ações da Petrobras, que desvalorizaram 7,92% (PETR3) e 6,63% (PETR4) após declarações do presidente Jair Bolsonaro reacenderem temores de interferências na política de preços da estatal. Na semana, o índice brasileiro teve queda de 0,84%.
Ontem, Bolsonaro afirmou em transmissão pelas redes sociais que “obviamente” haverá consequência para a fala do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que dias atrás afirmou que a ameaça de greve de caminhoneiros não era problema da estatal. Hoje, fontes sob condição de anonimato afirmaram à agência Reuters que Castello Branco não pretende pedir demissão da companhia, apesar da pressão do Planalto.
Sem fornecer detalhes, Bolsonaro reiterou hoje que mudanças serão feitas na Petrobras. No centro do desentendimento está o recente reajuste no preço do diesel e da gasolina nas refinarias da estatal, que já avançaram 27% e 35%, respectivamente, apenas neste ano, acompanhando a disparada nos preços internacionais do petróleo.
Ainda no contexto doméstico, o texto da PEC Emergencial, que abre caminho para o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, deve ser votado em dois turnos na próxima quinta (25). Ontem, o governo sugeriu em reunião de líderes do Senado reduzir a amplitude da PEC para facilitar sua votação.
Em Wall Street, os índices voltaram a fechar em campo misto, em uma semana marcada por preocupações sobre o ritmo da recuperação da atividade econômica, valuations altos nas ações e aumento nos rendimentos dos títulos públicos dos EUA pesando sobre o sentimento. Na semana, o Nasdaq Composite acumulou queda de 1,57% e, no fechamento de hoje, o índice avançou 0,07% aos 13.874 pontos. O Dow Jones encerrou o dia estável, aos 31.494 pontos e o S&P 500 registrou variação negativa de 0,19% aos 3.906 pontos.
Na curva de juros, as taxas para julho 2021 e janeiro 2022 chegaram ao fim da tarde em alta de até 4,5 pontos-base, variação considerável para contratos de curto prazo e que sinaliza apostas de juros ainda mais altos até o fim de 2021.
“Parece que o vetor dominante é a questão dos juros. O câmbio já reagiu a isso antes, quando o BC tirou o ‘forward guidance’ e quando foi mais ‘hawkish’ na ata do Copom (da reunião de janeiro)”, disse Roberto Serra, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.
O juro básico da economia está em 2% ao ano, mínima histórica, deixando o juro real em território negativo, fator que, segundo analistas, mantém o real suscetível a pressões diversas, sobretudo em momentos de rallys nas taxas de títulos soberanos em mercados desenvolvidos, como observado nas últimas semanas nos EUA. (Com Reuters)
Maiores Altas
BTOW3: +6,81% a R$ 88,65
AZUL4: +3,31% a R$ 43,70
PCAR3: +3,26% a R$ 88,95
CSNA3: +3,22% a R$ 35,26
EMBR3: +2,83% a R$ 11,62
Maiores Baixas
PETR3: -7,92% a R$ 27,10
PETR4: -6,63% a R$ 27,33
IRBR3: -3,91% a R$ 6,39
RAIL3: -3,60% a R$ 19,57
VVAR3: -3,38% a R$ 14,00
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.