O frigorífico Minerva Foods, maior exportador de carne bovina da América do Sul, registrou lucro líquido de R$ 114,1 milhões no quarto trimestre, queda de 53,2% no comparativo anual. No acumulado de 2020, ainda, a empresa registrou R$ 697,1 milhões em lucro, uma disparada ante os R$ 16,2 milhões registrados no ano anterior, o que permitiu propor a distribuição de dividendos adicionais em patamar recorde, informou a companhia ontem (25).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 616,9 milhões no quarto trimestre, avanço de 2,2% no ano a ano. Já no acumulado de 2020, o Ebitda subiu 22,4%, para R$ 2,14 bilhões.
A receita líquida da companhia cresceu 17,4% nos três últimos meses de 2020, para R$ 5,7 bilhões, embora o abate de bovinos tenha recuado 4,8% no período, para 857,9 mil cabeças. No total do ano, a receita líquida do Minerva avançou 13,3%, para R$ 19,4 bilhões.
Neste cenário, o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Edison Ticle, disse que a empresa propôs à Assembleia Geral Ordinária de acionistas o pagamento complementar de dividendos no valor de R$ 384,3 milhões ou R$ 0,73 por ação, e excluiu as 23,1 milhões de ações em tesouraria, totalizando assim o montante de R$ 542 milhões ou R$ 1,03 por ação.
Os proventos serão distribuídos na forma de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) referentes ao exercício fiscal de 2020. “O montante consolidado a ser distribuído representa cerca de 78% do lucro líquido da companhia no período, perfazendo um dividend yield de 10,5%, um dos mais elevados ‘dividend yields’ do mercado acionário brasileiro, referentes ao ano de 2020. Certamente ficaremos entre os principais do país”, disse o executivo.
Mercado internacional
O CEO do Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, disse que o alto patamar de preços de gado, que chegou a bater recordes acima de R$ 300 por arroba, representa uma volatilidade absolutamente natural para o mercado e, pensando nisso, a empresa aposta na estratégia de diversificação geográfica na América do Sul.
Apesar de ser visto como um elemento natural, o aumento de custos pressionou a margem Ebitda da companhia no quarto trimestre de 2020, para 10,8%, queda de 1,6% no ano a ano. “Houve pressão de custos que foi repassada para o preço de venda das mercadorias”, admitiu o diretor financeiro.
Além disso, a expectativa é que a China continue sendo um importante mercado comprador da carne bovina sul-americana, em função dos focos de peste suína africana que continuam a aparecer nas fazendas de criação de porcos do país asiático. “Se somar a questão da peste suína, com a redução de competitividade na Austrália e em outras origens, isso coloca a América do Sul como um grande fornecedor de carne”, afirmou.
Ele ainda disse que a empresa tem conseguido driblar a falta de contêineres que afeta a logística de alguns players no mercado por meio da estratégia de envio por portos alternativos. “Não estamos tendo restrição nenhuma (por falta de contêineres). Trabalhamos em portos diferentes em toda a América do Sul, o que permite que tenhamos fluxo constante”, acrescentou. (com Reuters)
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