“O objetivo saudável para qualquer mercado interno é um prêmio em torno de 10%. Hoje estamos atendendo este objetivo”, afirmou Miguel Homes Camejo em videoconferência com analistas ao responder sobre eventuais novos reajustes de preços de aço no Brasil.
A Usiminas divulgou mais cedo forte resultado operacional impulsionado em parte por altas sequenciais de preços na liga nos últimos meses, além de melhora na demanda.
O executivo confirmou que a Usiminas reajustou parte dos contratos de fornecimento de aço para o setor automotivo que entram em vigor em janeiro em cerca de 40% e que os acertos com as montadoras restantes deverão ocorrer entre março e abril e poderão ficar acima do índice anterior.
“Desde janeiro houve incremento adicional nos preços internacionais e custos de matéria-prima. E os contratos de março/abril vão ter de refletir os movimentos de outubro até hoje”, afirmou Camejo sem mencionar números. Ele explicou que as negociações com as montadoras têm que ser feitas entre 60 e 90 dias antes da assinatura dos contratos.
Segundo o executivo, os contratos com o setor automotivo iniciados em janeiro correspondem a 20% a 25% dos negócios da Usiminas com montadoras no país.
O vice-presidente de finanças da companhia, Alberto Ono, afirmou durante a videoconferência que a prioridade de alocação de capital da Usiminas é financiar os investimentos. Para 2021, a empresa estima investimento de R$ 1,5 bilhão, dos quais 600 milhões serão usados em preparação para a reforma geral em 2022 do alto-forno 3 da usina de Ipatinga (MG).
“A segunda prioridade é avaliarmos se poderemos reduzir o endividamento bruto”, disse Ono. A dívida bruta da Usiminas somava R$ 6 bilhões no final de 2020.
Para o alto-forno 2, a perspectiva é de ser reativado em junho. O equipamento foi desligado em abril passado pelos impactos da pandemia e o retorno deve elevar a produção anualizada de aço da Usiminas em 600 mil toneladas, disse Ono.
Isso, porém, ainda não é suficiente para que a Usiminas tome a decisão de reativar as áreas de produção de aço bruto da usina paulista de Cubatão, desligadas antes mesmo da pandemia diante da fraca demanda nacional, disse Ono.
Com isso, a usina de Cubatão seguirá comprando placas de terceiros para laminação. Ono afirmou que embora a Usiminas deva ampliar sua produção em meados do ano com a reativação do alto-forno 2 de Ipatinga, “dependendo da economia, pode ser que continuaremos comprando placas”. (Com Reuters)
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