Dia do Consumidor: as tendências de 10 setores para 2021
Beatriz Calais, Cleber Souza e Matheus Riga
15 de março de 2021
Getty Images/Oscar Wong
As mídias digitais, por exemplo, tornaram-se ferramentas essenciais para ajudar as empresas em uma abordagem mais íntima com o consumidor
Para os especialistas em consumo, uma palavra ganhou protagonismo nos últimos tempos quando o assunto passa pelos movimentos de mercado: aceleração. Segundo a WGSN, empresa de previsão de tendências pertencente à Ascential, comportamentos que teriam força apenas daqui três ou quatro anos explodiram durante a pandemia, principalmente para garantir a sobrevivência dos negócios. “A crise sanitária fez com que grande parte dos setores tivessem que acelerar suas mudanças do dia para a noite”, explica Priscilla Seripieri, expert na área de novos negócios e project operation da empresa.
“Quando se fala em tendências atuais de varejo, é necessário compreender que o comportamento do consumidor mudou e os negócios precisam acompanhar”, completa a especialista. De acordo com dados da consultoria, estima-se um crescimento de 4% na economia mundial em 2021, uma taxa 5% menor do que as previsões pré-pandemia. Em um cenário de crise, é imprescindível ter uma resposta alinhada às frustrações dos compradores. “Os cinco propulsores do consumidor neste momento são ansiedade financeira, preocupação com a saúde, síndrome da solidão, busca pela verdade e medos e inseguranças. Como reflexo, as marcas precisam gerar mais confiança e acolhimento.”
É a partir desse sentimento que as tendências de consumo, nas mais diversas áreas, estão se moldando. As mídias digitais, por exemplo, tornaram-se ferramentas essenciais para ajudar as empresas em uma abordagem mais íntima com o consumidor. “As campanhas de marketing, em 2020, tiveram 57% a mais de impacto do que em 2019”, diz Priscila, que ainda revela uma previsão de crescimento de 10,2% nos investimentos em anúncios em 2021. Muito além do marketing, o mundo online também teve grande destaque com o e-commerce, que cresceu 32,3% em 2020 e passou a representar 27,7% do total de vendas no Brasil, segundo a WGSN.
O aumento das vendas online também influenciou a aceleração de outras tendências, como a cadeia de suprimentos e a logística. “Atualmente, já encontramos empresas que realizam entregas em uma velocidade recorde. Esperar uma semana inteira por um produto não combina com o nosso mundo digital”, destaca a executiva. No mais, o uso da tecnologia para tornar o e-commerce mais interativo e pessoal também é um movimento muito explorado pelas marcas. “A internet é o novo ponto de venda e, como tal, precisa receber um investimento expressivo.”
Como explica a especialista, as tendências de mercado atual não surgiram do nada. Na realidade, foram aceleradas pela necessidade. Para algumas empresas, o e-commerce já era uma realidade, o que fez com que a transição para um mundo completamente digital se tornasse mais fácil. No entanto, para o setor de alimentos e bebidas, por exemplo, foi necessário uma intensa reinvenção. “Esse foi – e ainda é – o setor protagonista quando se trata de tendências de consumo. Com restaurantes e lanchonetes fechados, ele precisou mudar completamente.”
Segundo a Galunion, consultoria especializada em alimentação que elaborou o “Food Trend Report 2021”, a preocupação com comidas saudáveis e a facilidade de ser atendido e descobrir novas culinárias pelo celular são duas fortes tendências. “Essas transformações tiveram dois impulsionadores principais: primeiro a pandemia e, em seguida, o avanço da tecnologia tanto na gestão e comunicação dos estabelecimentos e plataformas, como na engenharia de alimentos”, afirma Simone Galante, CEO e fundadora da companhia.
A realidade é que nenhum segmento escapou ileso dos impactos da pandemia. Confira, na galeria abaixo, 10 setores e suas tendências para 2021: