A avaliação do Copom é que o cenário básico para a inflação, com forte crescimento nos últimos meses e piora das expectativas para a inflação, já recomendaria o início de um processo de normalização “parcial” das taxas de juros.
VEJA TAMBÉM: Boletim Focus: mercado eleva projeção de inflação e vê Selic a 5,0% neste ano
“Essa assimetria no balanço de riscos afeta o grau apropriado de estímulo monetário, justificando trajetória com elevação inicial dos juros superior à suposta no cenário básico”, disse o Copom.
O BC elevou a Selic a 2,75% última quarta-feira (17), surpreendendo a maioria dos analistas de mercado que esperava um aperto menor, de 0,50 ponto percentual.
Na ata da reunião, o BC também ressaltou que a demora na normalização de cadeias produtivas no país, que estaria gerando inflação em setores específicos, sugere que a economia esteja sofrendo um choque de demanda. E “diversos membros” do Copom, segundo a ata, manifestaram a preocupação de que as pressões inflacionárias vistas em 2021 gerem risco de uma desancoragem das expectativas para a inflação também em 2022.
O colegiado reiterou considerar adequada uma nova alta de juros de 0,75 ponto percentual em sua próxima reunião, que acontece em maio, mas frisou que essa visão pode ser revista em caso de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou balanço de riscos.
“Em última instância a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação”, disse o Copom.
Recuperação do 2º semestre
A ata destaca haver bastante incerteza em torno do ritmo de crescimento nos primeiros dois trimestres deste ano, mas revela um relativo otimismo do colegiado com a segunda metade de 2021.
“Prospectivamente, o Comitê avaliou que uma possível reversão econômica devido ao agravamento da pandemia seria bem menos profunda do que a observada no ano passado, e provavelmente seria seguida por outra recuperação rápida”, diz o documento.
“Para o Comitê, o segundo semestre do ano pode mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.”
LEIA TAMBÉM: IBC-Br tem alta de 1,04% em janeiro, bem acima do esperado
“O Copom avalia que os dados de atividade e do mercado do trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar do aumento da taxa do desemprego.”
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 1,04% em janeiro na comparação com o mês anterior, o nono resultado seguido de crescimento e bem acima da expectativa do mercado.
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.