Ibovespa fecha em queda com lockdowns na Europa e disparada nos Treasuries

18 de março de 2021

O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (18) recuando 1,47% aos 114.835 pontos, em linha com o desempenho negativo das ações em Nova York. A queda no exterior foi amparada por uma nova disparada nos rendimentos dos Treasuries, que avançaram para 1,721% no título com vencimento para 10 anos. Os investidores seguem ampliando as vendas nos títulos da dívida pública norte-americana diante das expectativas de inflação. Ontem, o Federal Reserve projetou a inflação nos EUA em 2021 para 2,4%, acima da meta de 2%.

A performance negativa da Bolsa brasileira tem ainda como pano de fundo a queda de 7% do petróleo, marcando o quinto dia consecutivo de declínio nos preços diante de temores cada vez maiores de recuo na demanda com o aumento no número de casos de Covid-19 na Europa.

Os futuros do petróleo Brent fecharam em queda de 6,9%, a US$ 63,28 por barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) recuou 7,1%, para US$ 60 o barril. Com isso, ambos os contratos agora apuram queda de mais de 11% desde 8 de março. A sequência de cinco dias de perdas é a maior para o WTI desde fevereiro de 2020 e a mais longa para o Brent desde setembro de 2020. A quedas ocorrem após especuladores terem estabelecido a maior posição comprada em futuros e opções do petróleo nos EUA desde 2018.

De acordo com Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, o aumento inesperado dos estoques da commodity nos EUA na última semana também colabora para a pressão nos preços do petróleo e derruba as ações da Petrobras.

Os índices em Wall Street encerraram o pregão em forte queda nesta quinta, atingidos pelo aumento dos rendimentos dos Treasuries. As perdas foram aceleradas depois que o primeiro-ministro da França impôs lockdown de um mês em Paris e em várias outras regiões devido à crise sanitária.

O índice Nasdaq Composite despencou 3,02% na sessão para os 13.116 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,48% aos 3.915 pontos e o Dow Jones registrou baixa de 0,46% aos 32.862 pontos.

Contrariando o movimento externo, o dólar fechou em queda de 0,30% ante o real nesta quinta e negociado a R$ 5,56 na venda, com os mercados analisando os efeitos da surpresa “hawkish” do Banco Central ao elevar ontem os juros em magnitude maior que a esperada (0,75 p.p.) e indicar novos acréscimos nos próximos meses.

No Twitter, o gestor Alfredo Menezes, sócio na Armor Capital, ponderou que pela lógica de “valuation” um aumento de juros exerceria uma pressão de baixa na bolsa, mas ressaltou que a decisão reduz o risco de inflação, que tem efeito nocivo.

“Estávamos em um processo de desorganização de preços e o BC precisava ancorar as expectativas de inflação”, afirmou Menezes, ex-tesoureiro do Bradesco. (Com Reuters)

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