Ibovespa recua com incertezas domésticas e política monetária no radar

15 de março de 2021

O Ibovespa opera em leve queda nos primeiros negócios do dia, recuando 0,09% aos 114.057 pontos às 10h07, horário de Brasília. O avanço da pandemia no cenário doméstico e as incertezas quanto a permanência do ministro Eduardo Pazuello no comando da Saúde pesam sobre a Bolsa brasileira. Ontem, uma reportagem do jornal O Globo anunciou que o ministro havia pedido ao presidente Jair Bolsonaro para deixar o cargo. Em comunicado, o ministério negou a saída de Pazuello.

No mesmo horário, o dólar opera em alta de 0,34% contra o real e negociado a R$ 5,57 na venda. O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos distribuídos entre os vencimentos junho e dezembro de 2021. A autarquia anunciou também para hoje leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em dezembro de 2021 e abril de 2022.

Em Wall Street, os índices futuros operam em campo misto nesta manhã, com a atenção dos investidores dividida entre a próxima reunião do Federal Reserve e os dados sobre a recuperação industrial na China. O avanço por seis semanas consecutivas nos rendimentos dos treasuries dos EUA segue pressionando as ações de tecnologia e impulsionando a rotação de carteiras para setores que podem se beneficiar da reabertura da economia.

O Fed sinalizou nas últimas semanas que deve manter inalterada sua política monetária até que os EUA retomem a criação de empregos de forma robusta.

A partir de hoje, o pregão oficial na B3 volta a ser realizado entre às 10h e 17h, após o início do horário de verão ontem (14) nos EUA. Com o ajuste, as negociações no after market, das 17h30 às 18h, também voltam a acontecer. Desde novembro a Bolsa brasileira funcionava com o horário estendido a fim de acompanhar o horário das negociações à vista em Wall Street.

China

Dados divulgados hoje sobre a recuperação da economia chinesa também devem nortear os mercados. A produção industrial no país subiu 35,1% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, contra alta de 7,3% vista em dezembro, revelou a Agência Nacional de Estatísticas.

As vendas no varejo subiram 33,8%, marcando um salto significativo ante o crescimento de 4,6% em dezembro e contração de 20,5% em janeiro e fevereiro de 2020.

“Temos um cenário positivo para as exportações e investimentos na indústria este ano”, disse Louis Kuijs, chefe para economia da Ásia na Oxford Economics. “E esperamos que o consumo das família se torne importante motor do crescimento a partir do segundo trimestre conforme a confiança melhora e o pedido do governo de reduzir as viagens seja moderado.”

Política Monetária

No radar dos investidores na semana estão ainda as decisões de política monetária no Brasil e nos EUA previstas para quarta (17). A expectativa no plano doméstico é elevação na taxa Selic na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) após a aprovação da autonomia do Banco Central que deverá analisar o avanço da inflação no país versus as dificuldades de recuperação econômica.

No Boletim Focus desta semana, o mercado projeta que a taxa suba 0,50 ponto percentual, para 2,50% ao ano. O levantamento apontou também que a projeção é de Selic de 4,50% ao final de 2021, de 4,0% antes, terminando 2022 a 5,50%.

Para a inflação em 2021, a projeção subiu pela 10ª semana seguida e chegou a 4,60%, de 3,98% antes e bem acima do centro da meta oficial, de 3,75%. Para 2022 seque a expectativa de alta do IPCA de 3,50%, exatamente no centro da meta. Para ambos os anos a margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Ainda nos indicadores, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado hoje, sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 1,04% em janeiro na comparação com o mês anterior.

Na comparação com janeiro de 2020, o IBC-Br registrou queda de 0,46% e, no acumulado em 12 meses, teve recuo de 4,04%, segundo números observados. (Com Reuters)

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