“Queremos estar prontos o mais cedo possível”, disse Parente em entrevista à Reuters sobre planos para uma IPO (oferta inicial de ações) da empresa. Ele não mencionou quando a operação poderia ocorrer.
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O diagnóstico da companhia é que, dado os elevados custos exigidos para trocar estruturas antigas por mais modernas e sem a perspectiva de um retorno robusto dos investimentos para isso, Telefônica Brasil, TIM e Claro não devem gastar para ampliar suas coberturas, o que cria oportunidades para as pequenas empresas de fibra, um universo de cerca de 5,5 mil distribuídas pelo país.
As infraestruturas mais leves e modernas permitem operar com pacotes a partir de 100 mega de velocidade, com mensalidade a partir de R$ 100, em geral com melhores índices de satisfação de clientes e sem a pressão de lutar por fatias de mercado, diz Parente. Por isso, podem ter margens maiores, segundo ele.
“Trabalhamos com um cenário de o negócio integrado ter uma margem Ebitda de 40%”, disse Parente. “Não prejudicamos margem em função de participação de mercado.”
A munição para essa ofensiva veio da captação de R$ 1,5 bilhão no ano passado por meio de um fundo. Segundo Parente, boa parte dos recursos será usada na construção de infraestrutura das empresas compradas.
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Consolidação
A Telefônica Brasil anunciou em março a formação de uma joint-venture de fibra ótica com a gestora canadense de fundos de pensão CDPQ, com meta atingir cerca de 5,5 milhões de lares em quatro anos. E a TIM negocia com a empresa de torres IHS Towers que pode ser majoritária da FiberCo, braço da TIM para em fibra óptica.
A operadora paranaense Algar fez três aquisições nos últimos anos: a pernambucana Smart; a Cemig Telecom, que cobre Goiás, Bahia, Pernambuco e Ceará; e a Optitel, que atua em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A movimentação também acontece enquanto o setor se prepara para o leilão de frequências da tecnologia 5G, que o governo federal promete fazer ainda em 2021, e que deve exigir elevados investimentos nos próximos anos em infraestrutura.
Parente despista sobre eventual disputa no leilão, mas admite que a capacidade de levantamento de capital será fundamental para manter a EB competitiva, daí os planos de listagem. “Não será uma oferta para dar saída a investidores, mas para investir em crescimento da companhia”, afirmou ele. (Com Reuters)