Essas despesas – geradas quando mais térmicas são ligadas para preservar os reservatórios de hidrelétricas e repassadas aos consumidores por meio de encargos – têm sido um dos fatores por trás de significativos aumentos na conta de luz já aplicados e previstos para este ano.
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Os encargos gerados quando há acionamento dessas térmicas adicionais, conhecidos como ESS, somaram quase R$ 7,2 bilhões desde outubro, de acordo com relatório da CCEE, que traz dados até fevereiro e estimativas para março.
Os maiores custos foram registrados em dezembro (R$ 1,67 bilhão) e janeiro (R$ 1,65 bilhão).Nesses meses, o ONS chegou a programar a geração de mais de 10 gigawatts médios em térmicas, segundo boletins do órgão.
Além de pesarem na conta de luz de consumidores atendidos por distribuidoras, encargos pelo uso adicional das térmicas são cobrados também no chamado mercado livre – onde indústrias e empresas com alta demanda por energia podem negociar diretamente contratos de suprimento e preços com fornecedores.
“As indústrias todas tiveram problemas porque fizeram a precificação da energia para o ano seguinte (2021), contrataram essa energia e estão pagando essa conta (dos encargos) por fora. E a conta só cresce”, disse à Reuters o presidente da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia), Paulo Pedrosa.
“Temos uma conta de que só o ESS (encargo) em janeiro, da indústria e do comércio, custou o equivalente a quase 350 mil empregos. A indústria e o comércio pagaram em encargos o que pagariam para quase 350 mil trabalhadores”, acrescentou ele.
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Isso levou a previsão de encargos pelo uso das térmicas em março a R$ 1,2 bilhão, perto do R$ 1 bilhão de fevereiro e abaixo dos picos de janeiro e dezembro, embora em níveis altos perto da média histórica, de acordo com os dados da CCEE.
Tarifas
O peso de encargos gerados pela operação de termelétricas e pelo pagamento de usinas contratadas como energia de reserva – incluindo parques eólicos, por exemplo – representa quase 16% do aumento médio previsto para as contas de luz em 2021, segundo cálculo da TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em simulações tarifárias.
A consultoria Thymos Energia estima reajustes médios de quase 9% em 2021, tanto pelo custo das térmicas quanto pela desvalorização do real, que impacta as tarifas porque a energia da hidrelétrica de Itaipu é cotada em dólares e pela indexação de parte dos contratos do setor ao índice inflacionário IGP-M. (Com Reuters)
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