Uma leitura muito parecida do papel que o acesso à internet de alta velocidade tem a desempenhar no futuro das economias é compartilhado pela EB Fibra, projeto da gestora de private equity EB Capital liderada por Pedro Parente, desde 2019 à frente dos negócios. A estratégia, segundo o executivo, consiste em consolidar um mercado de 5,5 mil provedores regionais, atendendo a uma população que tem déficit na oferta da tecnologia e, ao mesmo tempo, oferecer retorno em linha com os investimentos em equity disponíveis no país: “profit and purpose“, nas palavras de Parente. Em tradução livre para o português, lucro e propósito movem a EB Fibra.
O projeto, que nasceu com a aquisição da Sumicity em 2018, inclui ainda a Mob Telecom e a Vip Telecom, além de outras quatro negociações que devem ser concluídas até o final de junho e um pipeline ativo, de olho em oportunidades de norte a sul do Brasil. O objetivo é concluir o ano de 2021 com 1 milhão de assinantes, contra 380 mil atuais e R$ 1 bilhão em receita. Entre 2019 e o final de 2021, a companhia projeta crescimento de 128% em assinantes, 249% no backbone e de 145% na receita.
As aquisições são financiadas com R$ 1,6 bilhão captados a mercado. Destes, R$ 800 milhões provenientes do varejo. Atualmente em processo de nova captação via emissão de dívida, Parente não descarta a possibilidade de uma oferta de ações da EB Fibra, que poderá impulsionar outras aquisições e projetos do negócio, mas que não implica em uma saída da EB Capital do investimento.
A gestão Parente
O projeto de consolidação nacional de plataformas independentes tem como pilar uma estratégia de gestão descentralizada, que confere autonomia aos provedores regionais em toda a tomada de decisão relacionada aos clientes. Por outro lado, custos e investimentos são centralizados, oferecendo escala e assertividade na expansão do backbone da EB Fibra, atualmente com 73 mil quilômetros.
A companhia, no entanto, não quer competir com os grandes provedores nacionais, destaca Parente, reforçando que esse é um mercado “com espaço para todos”. Na estratégia da companhia, a ampliação da oferta de fibra óptica com tecnologia de ponta está no cerne do negócio. Logo, apenas empresas com um relevante número de assinantes em fibra – e não tecnologia legada – são alvos de aquisições.
“Nosso modelo de negócios dá muito autonomia a quem está na ponta, especialmente na relação e aquisição de clientes, no pós venda, toda a parte de marketing, call center, tudo isso é descentralizado e damos uma autonomia muito grande. Portanto, a velocidade de crescimento é muito alta”, explica o executivo.
Com 11 data centers, o crescimento dos negócios tem como desafio a oferta de mão de obra no país. Demanda evidenciada pela pandemia e que moveu gigantes globais, como a Amazon, a firmar parcerias nos Estados Unidos nos últimos meses para formação de profissionais para atuar em seus centros de processamento de dados.
“É possível fazer coisas que tenham um retorno típico de private equity, mas que ofereçam também um retorno social e ambiental. Eu vim para a EB Capital com essa visão”, finaliza Parente.
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