Forbes Radar: JBS, Magazine Luiza, SLC Agrícola e outros destaques corporativos

15 de abril de 2021

No Forbes Radar de hoje (15), o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou diversas aquisições empresariais. A Seara Alimentos, da JBS, comprou os ativos de creme vegetal e gordura vegetal da norte-americana Bunge, a Notre Dame Intermédica adquiriu grupo hospitalar Medisanitas e a Magazine Luiza comprou a Hub Prepaid, prestadora de serviços de conta digital, e o Jovem Nerd, portal de conteúdo geek.

No universo das estatais, a Petrobras destinou R$ 10,27 bilhões para o pagamento de dividendos, sendo R$ 0,787446 por ação ordinária.

Veja estes e outros destaques corporativos do dia:

SLC Agrícola (SLCE3)

A SLC Agrícola apresentou o desempenho financeiro e de gestão corporativa de 2020. O grupo de origem gaúcha é um dos maiores do País, com área recorde cultivada de 468,2 mil hectares na safra 2020/21 e aumento de 4,4% na comparação com a safra anterior. A receita líquida foi de R$ 3,09 bilhões, valor 22,1% acima de 2019. Já o lucro líquido cresceu 62,2%.

“O ano de 2020 foi bastante desafiador, mas também positivo para a SLC Agrícola. Pela primeira vez, superamos o patamar de R$ 3 bilhões de receita líquida por conta do cenário externo, associado à desvalorização do real ante o dólar. Esse crescimento de 22% reflete os maiores preços de faturamento nas culturas de soja e milho e, também, o maior volume de algodão faturado na comparação com os níveis de 2019”, diz Aurélio Pavinato, diretor-presidente da companhia.

Além de algodão, com 216 mil toneladas vendidas, a SLC Agrícola comercializou no ano passado 899 mil toneladas de soja e 663 mil toneladas de milho. São 16 fazendas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Maranhão e Piauí, das quais oito já possuem suas lavouras totalmente conectadas à internet. A meta é finalizar o serviço em todas as fazendas até o final deste primeiro semestre.

Outro destaque de 2020 foi a primeira emissão de títulos verdes pela empresa, com R$ 480 milhões captados em CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). Além de R$ 100 milhões captados em operação bilateral classificada como título sustentável (Sustainability Linked Loan). “A demanda pelas commodities agrícolas brasileiras manteve-se em alta em 2020. O Brasil se fortaleceu ainda mais como grande fornecedor de alimentos para o mundo e a SLC Agrícola cumpriu seu papel de produzir de forma sustentável para abastecer o mercado doméstico e internacional”, afirma Pavinato.

Cosan (CSAN3)

A Raízen, controlada da Cosan, por meio do seu Programa Cultivar, em parceria com o Santander, está ampliando o financiamento rural aos produtores que fornecem cana-de-açúcar à empresa. Agora, os financiamentos estão com teto de R$ 3 milhões por CPF ou CNPJ e período de amortização de acordo com cada tipo de operação. A Raízen, que faturou R$ 120,6 bilhões na safra 2019/20, tem capacidade instalada para a moagem de 73 milhões de toneladas de cana, por safra.

“A concessão de crédito tem um papel fundamental nos empreendimentos agrícolas”, afirma Ricardo Berni, diretor de Negócios Agrícolas da Raízen. A iniciativa é para todas as operações de manejo da cana, com o objetivo de fornecer auxílio e gerar valor para toda a cadeia produtiva.

O programa contempla 80% da cana-de-açúcar adquirida de produtores pela companhia, que, por sua vez, representa 10% do mercado nacional. O crédito para custeio é viabilizado por meio de avaliação de recursos obrigatórios do Banco Central e regulamentada pelo Plano Safra, com taxas de 10% a 15% abaixo dos valores médios praticados pelo mercado, com amortização em 12 meses.

JBS (JBSS3)

A Seara Alimentos, do grupo JBS, recebeu autorização do órgão brasileiro de defesa da concorrência para a aquisição de ativos de creme vegetal e gordura vegetal da norte-americana Bunge.

A operação foi aprovada sem restrições pelo Cade, de acordo com publicação no Diário Oficial da União de ontem (14).

As empresas assinaram memorando de entendimento vinculante em 10 de março sobre a transação, pelo qual a Seara comprará os negócios de creme vegetal tipo chantilly, creme vegetal culinário e gordura vegetal refrigerada em embalagens de 500 gramas da Bunge, segundo parecer do Cade.

O valor da aquisição não foi divulgados nos documentos disponibilizados pelo órgão estatal.

A JBS também anunciou que investirá R$ 1,7 bilhão até 2023 na expansão e melhorias de sete unidades de aves, suínos e alimentos preparados no Rio Grande do Sul, para atender mercados interno e externo.

Segundo nota do governo gaúcho, 35% do aporte será destinado a plantas de aves dos municípios de Trindade do Sul, Passo Fundo, Caxias do Sul e Nova Bassano. Outros 32% vão para a unidade de suínos da cidade de Seberi.

O governo afirmou que os 33% restantes irão para as áreas de alimentos preparados em Bom Retiro do Sul, Seberi e Santa Cruz do Sul. Ao todo, a companhia está presente em 25 municípios gaúchos, com fábricas em 12.

A JBS ainda afirmou que tem uma rede de 2,8 mil produtores integrados no Estado, para fornecimento de matéria-prima.

Magazine Luiza (MGLU3)

O Cade aprovou, sem restrições, a compra da Hub Prepaid pelo Magazine Luiza, apesar das objeções apresentadas pelo rival Mercado Livre. O negócio foi anunciado em R$ 290 milhões.

A Hub presta serviços de conta digital e cartão pré-pago diretamente para os clientes e, nos últimos meses, tornou-se uma peça importante da estratégia do Magazine Luiza em desenvolver um ecossistema online para impulsionar seus negócios no comércio eletrônico.

O Magazine Luiza comunicou também que fechou acordo para aquisição da plataforma multimídia Jovem Nerd, voltada para o público nerd e geek do país. A companhia não divulgou o valor do negócio.

Fundada em 2002, o site tem mais de 5,5 milhões de inscritos em seus canais no Youtube e cerca de 3 milhões de seguidores no Twitter e mais de 1,3 milhão no Instagram.

De acordo com a varejista, o conteúdo produzido pelo Jovem Nerd continuará sendo disponibilizado nos canais atuais e a liberdade editorial será mantida. O conteúdo será integrado ao SuperApp do Magalu.

Westwing (WEST3)

A Westwing vai priorizar a expansão de uma série de elementos em 2021 como estratégia para a plataforma digital, incluindo a base de clientes , a prateleira de produtos e a logística. A ação foi tomada para responder à demanda de investidores por ganho de mercado, mesmo que isso sacrifique a rentabilidade no curto prazo.

“Nossa história deste ano é crescimento, não rentabilidade”, disse à Reuters o fundador e presidente-executivo da companhia, Andres Mustchler. “Em 2022, 2023 começa a elevar rentabilidade novamente.”

Hering (HGTX3) e Arezzo (ARZZ3)

A Cia. Hering recusou uma proposta não solicitada de fusão feita pela rival Arezzo, num momento em que empresas de moda no Brasil têm sido seriamente afetadas pelas medidas de isolamento social tomadas para conter a pandemia da Covid-19.

“O conselho de administração da companhia, com assessoria do BR Partners e Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, decidiu por unanimidade (…) rejeitar a proposta, por considerar que ela não atende ao melhor interesse dos acionistas e da própria companhia“, afirmou a Cia. Hering em comunicado.

Segundo o documento, a Cia. Hering manterá seu plano estratégico de combinar construção de marcas e expansão, com a busca por crescimento orgânico, e análise de “oportunidades inorgânicas”.

Notre Dame Intermédica (GNDI3)

A Notre Dame Intermédica informou a conclusão do acordo de compra do Grupo Medisanitas Brasil, após ter recebido as aprovações da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e do Cade.

A Notre Dame havia anunciado em agosto passado acordo para a compra do Grupo Medisanitas Brasil, com o valor da transação fixado em R$ 1 bilhão.

“Com a conclusão desta aquisição, passamos a operar um total de 5 hospitais (647 leitos) e uma carteira com 414 mil vidas de planos de saúde no Estado de Minas Gerais“, afirmou a Notre Dame no comunicado.

Outras aquisições também foram feitas: Grupo OSI Brasil, Com Vc Drogaria, Minas Saúde Investimentos e Participações, Serviços Operativos Sanitas e Grupo Keralty.

Enauta (ENAT3)

A Enauta informou o adiamento da apresentação das informações trimestrais dos períodos de março, junho e setembro de 2020. Segundo a companhia o atraso é em razão das “revisões ainda se encontrarem em andamento.”

Petrobras (PETR4)

Acionistas da Petrobras aprovaram na assembleia-geral de ontem a proposta de dividendos de R$ 10,27 bilhões, referente ao exercício de 2020, informou a petroleira estatal em fato relevante ao mercado.

O montante corresponde ao valor de R$ 0,787446 por ação ordinária e preferencial em circulação.

O valor será atualizado pela variação da taxa Selic de 31 de dezembro até a data do pagamento, em 29 de abril.

A assembleia foi realizada após a Petrobras conseguir que uma decisão da Justiça sobre a migração da gestão operacional do plano de saúde da companhia fosse reconsiderada, evitando qualquer risco para a realização da reunião de acionistas.

Na tarde de ontem, a assembleia-geral da petroleira também elegeu cinco nomes para o conselho fiscal da estatal, sendo três indicados pela União:

  • Agnes Maria de Aragão da Costa – indicada do governo
  • Sérgio Henrique Lopes de Sousa – indicado do governo
  • José Franco Medeiros de Morais – indicado do governo
  • Patricia Valente Stierli – indicada pelos acionistas minoritários
  • Michele da Silva Gonsales Torres – indicada dos detentores de ações preferenciais

BlackRock (BLAK34)

A BlackRock contratou Paula Salamonde para liderar a área de clientes institucionais. Ela atuou por 22 anos como diretora da MSCI na América Latina.

PetroRecôncavo (RECV3)

A PetroRecôncavo definiu a faixa indicativa do IPO entre R$ 15,50 e R$ 19,50. Considerando a venda de 70 milhões de ações com o preço médio de R$ 17,50, a companhia pode levantar cerca R$ 1,2 bilhão. A precificação está agendada para 3 de maio e a estreia está prevista para 5 de maio.

Goldman Sachs (GSGI34)

A plataforma brasileira de soluções de comércio eletrônico Olist levantou US$ 23 milhões em recursos novos com o Goldman Sachs e a gestora de venture capital Redpoint eventures.

Os recursos, que se somarão à série D anunciada no fim do ano passado, financiarão os planos da Olist, incluindo novas contratações, aquisições e crescimento fora do Brasil. Essa quarta rodada totalizou US$ 80 milhões e contou com novo aporte do principal investidor da Olist, o SoftBank Latin America Fund.

O presidente e fundador Tiago Dalvi disse que a Olist decidiu aumentar o tamanho da rodada porque o crescimento da empresa ultrapassou as projeções que antes feitas para este começo de ano, exigindo mais capital para crescer.

O Goldman Sachs, que lidera o aporte, está investindo na Olist por meio de seu antigo “merchant banking”, atualmente parte da área de asset management do banco, e terá um assento no conselho de administração da companhia.

(Com Reuters)

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