O novo modelo de cálculo do BofA, chamado de Compass BEER, cobre um período entre dois e quatro anos e inclui elementos que não constam na literatura sobre o modelo BEER de taxa justa de câmbio – spread de CDS, diferencial de crescimento entre países emergentes e desenvolvidos e fração de emergentes no portfólio global -, além dos clássicos produtividade relativa, termos de troca, ativos externos líquidos e diferenças de taxas de juros.
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Dólar de Cingapura (-18%) e iuan (-15%) vêm na sequência. Na outra ponta estão rand sul-africano (+5%), peso argentino e rupia indiana – ambos com 4%.
“As grandes subvalorizações que encontramos são um pouco intrigantes, considerando que os períodos de alta das commodities tendem a vir com o dólar fraco e fortalecimento das moedas emergentes”, disseram estrategistas do BofA em nota.
O valor justo para o real estaria em R$ 4,26 por dólar. O real também ocupa a pior posição num cálculo que considera valuations multilaterais – contra outras moedas além do dólar. Por essa conta, a divisa brasileira está 20,3% abaixo do sinalizado pelos fundamentos.
Mais uma vez, o real liderou a queda, com baixa de 18%, seguido pelo rand sul-africano, que viu declínio de 15%.
O banco norte-americano calculou ainda a recuperação dos valuations das moedas entre o segundo trimestre de 2020 e os primeiros três meses de 2021. A taxa justa do real valorizou-se 1%, enquanto pares como iuan, peso colombiano, sol peruano e peso chileno ganharam entre 5% e 12%.
O BofA explicou que em alguns casos a relação entre fundamentos econômicos e preços dos ativos pode ser excessivamente não linear – ou seja, mudanças relativamente pequenas nos fundamentos levam a correções agudas nos preços dos ativos.
O real cai 6,3% ante o dólar, em termos nominais, terceiro pior desempenho no ano. Apenas peso argentino (-10,1%) e lira turca (-8,2%) caem mais.
Analistas de mercado têm repetido que a fraqueza do real decorre sobretudo do elevado risco fiscal no Brasil, com incertezas sobre a sustentabilidade da dívida e seus potenciais impactos sobre tendências de crescimento econômico. (Com Reuters)
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