O Ibovespa encerrou em alta de 0,87% aos 122.964 pontos o pregão desta terça-feira (11), na contramão do movimento observado no início do dia e do desempenho dos mercados no exterior. A recuperação foi amparada pelo desempenho das empresas do setor de commodities, entre elas Vale (+3,5%) e Petrobras (1,8%), e pelo alívio na curva de juros após a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em linha com as expectativas do mercado.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a inflação oficial brasileira desacelerou com força em abril, para 0,31% ante 0,93% observado em março, com alívio nos preços dos combustíveis compensando a pressão dos medicamentos. No acumulado de 12 meses, no entanto, a inflação mediDa pelo IPCA acumula alta de 6,76%, acima do centro da meta oficial, mas em linha com as projeções do mercado.
No exterior, o tom também veio da inflação. A realização de lucros nas ações de tecnologia contaminou outros setores e levou o Dow Jones a encerrar em queda de 1,3% na sessão aos 34.369 pontos, maior recuo diária desde fevereiro. As vendas expressivas nos setores financeiros, industrial e de energia do índice de blue chips acompanharam os temores de avanço inflacionário nos Estados Unidos, às vésperas da divulgação de dados oficiais sobre a inflação norte-americana.
O aumento dos preços das commodities e a escassez de mão de obra colaboram para a expectativa de que as elevações nos preços no curto prazo possam se transformar em inflação de longo prazo nos EUA, apesar das garantias do banco central norte-americano de que isso não acontecerá.
O receio, na visão do sócio da Monte Bravo Investimentos, Rodrigo Franchini, é de que os Estados Unidos possam retirar os estímulos à economia antes do que o esperado e o Federal Reserve também apertar um pouco mais cedo a sua política monetária.
Na avaliação de analistas, uma inflação moderadamente mais alta não deve mexer com os planos do Fed (Federal Reserve) de manter os juros perto de zero e seguir comprando títulos, o que tende a manter o dólar sob pressão.
“Esperamos que o tema responsabilidade monetária continue a conduzir os mercados de câmbio neste verão (no Hemisfério Norte) e no restante do ano. Um Fed sem pressa em um momento de maior confiança na recuperação global sugere que o dólar pode cair mais 5% em base ampla”, afirmou o ING em relatório.
A combinação entre ambiente doméstico menos ruidoso e um novo rally das commodities no exterior turbinou o real nas últimas semanas e tem ajudado a comprimir a tão falada volatilidade da moeda brasileira. (Com Reuters)
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