A transação, de valor não revelado, foi feita por meio de troca de ações, com os acionistas da Weel ficando com uma fatia do BS2, ex-Banco Bonsucesso, banco médio fundado pela família Pentagna Guimarães especializado em varejo e PMEs, segmento para o qual tem uma carteira de quase R$ 8 bilhões, quase toda de recebíveis de PMES da indústria e do comércio.
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O negócio ilustra a rápida movimentação de instituições financeiras emergentes no Brasil em direção às PMEs, segmento que frequentemente reclama de ser mal atendido pelos grandes bancos do país. Essa tendência vem ganhando força com o advento do open banking, sistema unificado no qual os clientes decidem com quais bancos compartilham dados e fazem cada transação.
“Nós precisávamos de uma plataforma que operasse com uma pegada digital e com um modelo matemático”, disse à Reuters o presidente do BS2, Marcos Magalhães, ex-presidente da Rede, braço de cartões do Itaú Unibanco.
A aposta de novos entrantes no mercado bancário brasileiro é de que suas estruturas baseadas em inteligência artificial e “big data”, como no caso da Weel, permitem entender melhor e de forma preditiva as necessidades individuais de cada empresa, dando-lhes grande vantagem em relação ao mercado bancário tradicional, que tem uma abordagem mais genérica.
Segundo ele, ter o cliente como foco de um negócio é uma coisa que ninguém ainda consegue fazer bem no país. “É isso o que nos propomos a fazer e transformar o BS2 Empresas no maior do mercado no setor em dois anos”, acrescentou ele.
O anúncio ocorre em meio à entrada em vigor da chamada duplicata digital, sistema regulamentado pelo BC (Banco Central)w no ano passado no qual os recebíveis são registrados num ambiente unificado, permitindo que o credor os use para obter crédito.
Segundo dados do BC, a antecipação de recebíveis movimenta cerca de R$ 50 bilhões por mês. Esse mercado, no entanto, é bastante fragmentado, sendo explorado por bancos, fundos de recebíveis, empresas de factoring, entre outros. Por isso, não há dados oficiais sobre quais as maiores instituições no setor.
Além das próprias adquirentes de cartões, como Cielo, StoneCo, PagSeguro e Getnet, que têm gradualmente oferecido mais produtos de crédito para gestão, as PMEs têm sido alvos crescentes de grupos como Mercado Pago, braço de pagamentos do Mercado Livre, e a carteira digital PicPay.
Além disso, as fintechs especializadas no setor também estão agindo rápido. A Cora recebeu em abril aporte de cerca de R$ 150 milhões liderada pelo fundo norte-americano Ribbit Capital e que incluiu Kaszek, QED Investors e Greenoaks Capital. A Linker, do empreendedor David Mourão e que surgiu no fim de 2019 oferecendo serviços transacionais para 20 mil clientes, deve passar a ofertar crédito no terceiro trimestre. (Com Reuters)
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