Em maior série de altas desde 2018, Ibovespa sobe e encosta nos 131 mil pontos

7 de junho de 2021

O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,5% e cravando o sexto recorde consecutivo aos 130.776 mil pontos no fechamento desta segunda-feira (7). Na contramão do movimento observado no exterior, o índice brasileiro foi beneficiado pela perspectiva positiva de reabertura da economia, com papéis de empresas ligados à retomada liderando as altas na sessão. O volume financeiro no pregão somou R$ 33,8 bilhões.

“O Ibovespa segue com sua tendência de alta principal”, avalia o analista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro, chamando atenção para o desempenho dos bancos, principal porta de entrada de estrangeiros na Bolsa brasileira. Segundo dados da B3, o saldo de capital externo no segmento Bovespa é positivo em R$ 3,9 bilhões nos dois primeiros pregões deste mês, após entrada líquida de R$ 12,2 bilhões em maio.

O otimismo em relação à economia brasileira já é observado também nas medianas das projeções do Boletim Focus, do Banco Central, com previsão de crescimento de 4,36% no PIB de 2021, ante projeção de 3,21% há quatro semanas.

O movimento positivo no dia ganhou tração após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmar a investidores que pretende instalar ainda nesta semana a comissão especial da reforma administrativa e dar andamento a mudanças relacionadas ao sistema tributário.

No mesmo evento, Lira afirmou que o Congresso precisa ter um “projeto viável” para criação de um programa social permanente, que substitua ou amplie o Bolsa Família e seja votado antes do recesso parlamentar, que tem início em 17 de julho.

De acordo com fontes ouvidas pela agência Reuters, o governo federal planeja estender por mais dois meses o auxílio emergencial de R$ 250, até setembro deste ano. A extensão do programa será custeada por um crédito extraordinário de R$ 12 bilhões a ser enviado ao Congresso e outros R$ 7 bilhões que já estão disponíveis no orçamento autorizado para o programa.

A proposta do governo, segundo a agência, é usar os dois meses para fazer uma ponte até a implementação do novo Bolsa Família, atualmente em fase de estudos. O valor da nova versão do programa, no entanto, ainda não foi definido.

No câmbio, o dólar fechou estável contra o real, avançando 0,02% e negociado a R$ 5,0349 na venda. O movimento de valorização da divisa norte-americana frente a pares no exterior foi limitado pela melhor percepção dos investidores sobre o cenário doméstico.

O dólar spot quebrou uma sequência de três pregões consecutivos de queda. Ainda assim, a divisa acumula perda de quase 3% no ano. Para Thomas Giuberti, da Golden Investimentos, o contexto reflete um cenário doméstico mais promissor, já que “os riscos vêm se normalizando de forma considerável”.

“Temos a inflexão para um ambiente mais promissor, com crescimento econômico forte, e o cenário mais benigno reflete nos ativos, que têm muito espaço para subir.”

Além da melhor percepção dos investidores sobre o cenário doméstico, há um ambiente de fraqueza internacional da moeda norte-americana, avalia Giuberti, com o índice do dólar contra uma cesta de moedas sendo negociado abaixo da marca de 90.

Em Wall Street, os principais índices de ações encerraram o dia em campo misto, com o Dow Jones e o S&P 500 terminando a sessão no vermelho. Os investidores aguardam notícias sobre a possibilidade de um imposto corporativo mínimo global e acompanham as perspectivas inflacionárias para os Estados Unidos.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,36% aos 34.630 pontos, o S&P 500 perdeu 0,08%, aos 4.226 pontos e o Nasdaq ganhou 0,49% aos 13.881 pontos.

Nas próximas sessões, as atenções do mercado devem se voltar para as decisões de política monetária no Brasil e no exterior, ambas previstas para o dia 16 de junho. (com Reuters)

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