O Ibovespa abriu no azul hoje (17), com avanço de 0,14% aos 129.441 pontos perto das 10h12, horário de Brasília. Os mercados globais repercutem os dados de política monetária, divulgados pelo Fed (Federal Reserve) ontem (16). Aqui, os investidores digerem a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de elevar a taxa Selic, deixando a porta aberta para mais uma alta na próxima reunião.
A votação da MP (Medida Provisória) de privatização da Eletrobras, que deve ser retomada hoje no plenário do Senado, também é monitorada pelo mercado. Ontem (16), o relator da medida na Casa, Marcos Rogério (DEM-RO), apresentou seu parecer com emendas ao texto, já aprovado pela Câmara, e manteve trechos sem relação direta com a desestatização, mas garantiu que o processo não resultará em aumento das tarifas.
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O dólar avança ante o real nesta quinta-feira, enquanto o mercado ainda analisa as decisões de juros da véspera. Às 10h00, a moeda subia 0,23%, a R$ 5,071. A inflação medida pelo IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) da segunda quadrissemana de junho registrou alta de 0,68%, acima do crescimento de 0,52% registrado na semana anterior.
Ontem (16), o Copom decidiu elevar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, para 4,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado. Conforme Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a retirada do termo “ajuste parcial” do comunicado do BC, também dentro das expectativas, sugere que “a taxa Selic será conduzida para o patamar tido como neutro em seu ciclo, cerca de 6,5%. Ainda que a autoridade tenha afirmado que não se trata de um compromisso, tais fatores serão precificados” na sessão de hoje.
“Contudo, podemos classificar o comunicado como hawk (reticente a mais estímulos), uma vez que a autoridade, apesar de avaliar que o ritmo de elevação parece adequado, abriu caminho para uma elevação de 100 basis-points na próxima reunião.”
O Copom se reúne novamente nos dias 3 e 4 de agosto. Para a Ativa, a expectativa é de que a taxa alcançará os 6,5% antes do fim de 2021.
Para Caio Megale, economista-chefe da XP, “a elevação de 0,75 ponto percentual em agosto permanece como o cenário mais provável. Mas, se as expectativas de inflação para 2022 continuarem se deteriorando, o comitê deixa espaço para a possibilidade de aceleração no ritmo de alta da Selic.”
Os índices futuros norte-americanos indicam abertura em queda, com o mercado ainda digerindo a decisão do Fed de ontem (17), que manteve a taxa Fed Funds no intervalo entre 0,0% e 0,25% e antecipou o debate sobre a alta do juro para 2023. Hoje mais cedo, o Departamento do Trabalho dos EUA registrou 412 mil novos pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 12 de junho, acima dos 359 mil esperados, e mais do que o registro da semana anterior, de 375 mil.
As ações europeias operam mistas, com os mercados globais reagindo ao sinal do Fed de que os aumentos nas taxas ocorrerão mais cedo do que o esperado. Mais cedo, a Eurostat (Agência de Estatísticas da União Europeia) divulgou dado de inflação na Zona do Euro, que subiu 0,3% em maio ante o mês anterior, e 2,0% na comparação anual, dentro do esperado.
O Stoxx 600 cai 0,21%. Na Alemanha, o DAX avança 0,06%; enquanto o CAC 40 valoriza 0,0,05% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em baixa de 0,04%; e o FTSE 100 tem recuo de 0,41%, no Reino Unido.
O mercado asiático fechou o dia sem direção definida, reagindo ao discurso do Fed sobre os juros. O índice Shanghai subiu a 0,21% ao longo do dia; o Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,43%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em baixa de 0,34%; no Japão, o índice Nikkei caiu 0,93%.
A China afirmou nesta quinta-feira que irá emitir novas regras para a gestão de índices de preços de importantes commodities e serviços. Pelas novas regras, os fornecedores de índices de preços precisarão ser independentes das partes diretamente interessadas nos mercados de commodities e serviços cobertos pelo índice. As informações sobre os fornecedores e os métodos utilizados no desenvolvimento e formulação dos índices também deverão ser divulgados.
Os preços das matérias-primas siderúrgicas na China avançaram, apoiados por dados que indicaram uma produção mensal recorde de aço e após o país ter afirmado que vê espaço para um maior crescimento na demanda. Os contratos futuros do minério de ferro fecharam em alta de 1,0%, a US$ 190,31 por tonelada.
Os preços do petróleo bruto caem nesta quinta-feira, pressionados pelo dólar mais forte. O petróleo Brent cai 0,4%, a US$ 74,09 por barril, enquanto o WTI tem queda de 0,35%, para US$ 71,90 o barril.
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