Em entrevista coletiva à imprensa, ele lembrou que o balanço de riscos do Copom (Comitê de Política Monetária) para a inflação é assimétrico, ou seja, os riscos de que a inflação fique acima do projetado no próximo ano são maiores do que os riscos baixistas.
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As projeções do Focus incorporadas ao cenário-base do BC apontam Selic de 6,25% ao final deste ano e de 6,50% no fim de 2022. Campos Neto afirmou que a taxa real de juros neutra está atualmente em 3%.
O diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, complementou o raciocínio de Campos Neto, lembrando que, no cenário do BC, o juro do Focus deixa a inflação de 2022 em 3,5%, centro da meta para o ano.
“Como há uma assimetria no balanço de riscos, isso significa que você tem que mirar uma inflação um pouco mais abaixo, tem uma gordurinha por causa da assimetria, você tem que praticar uma política monetária menos estimulativa do que os juros do Focus”, afirmou.
“Eu só queria enfatizar que eu li alguns comentários de que grande parte da decisão teria sido tomada por não ter comunicado. Queria enfatizar que isso não é verdade, a gente poderia ter comunicado, a gente teve muitas oportunidades para comunicar”, disse Campos Neto.
“Mas a gente esperou porque a gente achava que esse debate sobre esses fatores que foram mencionados agora era um debate bastante enriquecedor e ia nos dar um horizonte de atuação mais eficiente”, disse Campos Neto. Ele citou como alguns dos principais temas discutidos na reunião a inflação de serviços e a ancoragem das expectativas de inflação.
“Discutimos muito também o tema de o que influencia expectativas em termos da função reação, se é mais a taxa (de juros) final, o quanto que a velocidade influencia nisso”, disse Campos Neto. (Com Reuters)
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