Ibovespa abre em alta, mas forte recuo dos mercados asiáticos limita ganhos

26 de julho de 2021

O Ibovespa opera em alta na abertura do pregão de hoje (26), ganhando 0,09%, a 125.160 pontos perto das 10h11, horário de Brasília. No exterior, os investidores digerem a forte realização de lucros dos mercados asiáticos, após a China ampliar a regulação sobre grandes empresas do país.

No Brasil, o Boletim Focus desta segunda-feira mostra expectativa de maior aperto monetário neste ano. O relatório elevou seu cálculo para a taxa básica de juros para 7% a.a. em 2021, ante 6,75% na semana anterior.

A elevação nas projeções da Selic acompanha o avanço das expectativas para a inflação no país. O mercado agora vê o IPCA em 6,56% em 2021 e 3,80% em 2022, frente 6,31% e 3,75%, respectivamente, antes. Ambos ficam acima do centro da meta de 3,75% e de 3,50% para 2022, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo.

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Para o PIB (Produto Interno Bruto), a estimativa de crescimento para este ano melhorou em 0,02 ponto percentual, a 5,29%. Para 2022, a projeção permanece em 2,10%. Com relação à taxa de câmbio, o mercado acredita no dólar cotado a R$ 5,09 para o fim do ano, ante R$ 5,05 na semana anterior.

Também nos destaques entre os indicadores, a confiança do consumidor no Brasil chegou em julho ao nível mais alto em nove meses, diante da melhora na percepção sobre as expectativas para este semestre. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) avançou 1,3 ponto em julho, na quarta alta seguida, chegando a 82,2 pontos, nível mais alto desde outubro de 2020 (82,4 pontos).

O dólar avança frente ao real com preocupações dos investidores globais e aversão ao risco no exterior. Às 10h11, a moeda era negociada em alta de 0,21%, a R$ 5,2216.

No exterior, os mercados reagem ao movimento de intervenção do governo chinês no mercado de ações do país. Pablo Spyer, economista-sócio da XP Investimentos, conta que a última semana do mês começa com o mundo inteiro no vermelho, com a volta das tensões entre EUA e China, preocupações com a inflação, e casos de Covid-19 escalando com a nova variante Delta. “Hong Kong caiu mais de 4% nesta madrugada, com a China aumentando a regulamentação para todos os setores que foram bem nos últimos anos, principalmente quando tem a ver com IPO nos EUA.”

O índice Shanghai, da China, caiu 2,34% no dia; o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 4,13%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em baixa de 0,23%; enquanto no Japão, o índice Nikkei foi na contramão e ganhou 1,04%.

Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, explica que os órgãos [reguladores chineses] determinaram que instituições de educação estão proibidas de levantar recursos por meio de listagem de ações e, paralelamente, a autoridade regulatória antitruste da China determinou que a Tencent deve abrir mão de seus direitos de licenciamento de música. “Apesar da expectativa de fricção contínua entre EUA e China, nosso time de análise política não espera medidas repentinas ou movimentos voláteis devido à abordagem institucional das relações internacionais no governo Biden”, conclui.

Os futuros dos índices dos EUA apontam para abertura no vermelho, com investidores reagindo às quedas na Ásia e monitorando a ameaça ao crescimento econômico trazido pela variante Delta do coronavírus.

O mercado norte-americano também aguarda para esta semana a reunião de julho do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto), do Federal Reserve, para discutir o futuro da política monetária no país. O encontro de dois dias será realizado entre amanhã (27) e quarta-feira. Na quinta-feira, por sua vez, o Departamento do Comércio norte-americano publica o PIB do segundo semestre dos EUA.

As ações europeias operam sem direção definida nesta segunda-feira, acompanhando o fraco sentimento global enquanto os investidores monitoram os lucros corporativos e aguardavam a reunião do Fed. O Stoxx 600 cai 0,10%; o CAC 40 valoriza 0,06% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta de 0,47%; e no Reino Unido, o FTSE 100 tem queda de 0,03%.

Na Alemanha, o DAX recua 0,24%, após a confiança dos empresários no país cair inesperadamente em julho a 100,8 ante leitura revisada de 101,7 em junho, segundo o instituto Ifo. Uma pesquisa da agência Reuters previa leitura de 102,1.

No mercado de commodities, os contratos futuros do minério de ferro negociados em Dalian e Singapura avançaram nesta segunda-feira, devido a uma recuperação nas margens do aço na China, maior compradora global da matéria-prima siderúrgica. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, fechou em alta de 0,9%, a 1.136,50 iuanes (US$ 175,22) por tonelada.

Enquanto isso, os preços do petróleo caem nesta segunda-feira, uma vez que as preocupações sobre a demanda de combustível da propagação das variantes do Covid-19 e inundações na China compensam as expectativas de oferta restrita durante o resto do ano. Por volta das 9h40, o Brent operava em baixa de 0,03%, para US$ 73,42 o barril, já o WTI recuava 0,17%, para US$ 71,95 o barril. (com Reuters)

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