O Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,48%, a 125.675 pontos, puxado pelas ações do GPA (PCAR3), da Vale (VALE3) e da Ambev (ABEV3), que registraram quedas após resultados do segundo trimestre deste ano ficarem abaixo do esperado pelos investidores. Os papéis caíram 7,40%, 1,49% e 1,15%, respectivamente.
Para o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, o comportamento do Ibovespa nesta sessão refletiu a recepção de investidores dos balanços publicados nos últimos dias, o que acabou ofuscando o cenário mais positivo no mercado externo.
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de julho, divulgado hoje (29) pela FGV, teve alta de 0,78%, ante avanço de 0,60% no mês anterior, refletindo a aceleração da inflação tanto no atacado quanto no varejo. O dado foi inferior à previsão em pesquisa da Reuters, que esperava alta de 0,90%. Com o resultado do mês, o índice acumula em 12 meses alta de 33,83%.
As bolsas norte-americanas registraram altas nesta quinta, apesar de o crescimento do PIB do país no segundo trimestre também vir abaixo do esperado pelos analistas, em 6,5% contra projeção de 8,4%. O Dow Jones subiu 0,44%, a 35.084 pontos; o S&P 500 avançou 0,42%, a 4.419 pontos; e o Nasdaq teve crescimento de 0,11%, a 14.778 pontos.
O número de novos pedidos de seguro-desemprego dos EUA também ficou aquém das expectativas: foram 400 mil na semana encerrada em 24 de julho, ante 380 mil esperados pelos economistas. Os dados divulgados hoje mostram, no entanto, um crescimento dos gastos dos consumidores, indicando que a economia do país segue em recuperação.
O dólar manteve o movimento de desvalorização iniciado ontem (28) após o Federal Reserve anunciar que manterá os estímulos à economia norte-americana. A moeda fechou o dia com baixa de 0,58%, a R$ 5,0792 na venda.
“Os dados mais fracos de hoje complementaram a decisão do Fomc (Fed) e fizeram o dólar manter a tendência de baixa”, afirma Felipe Steiman, gerente comercial da B&T Câmbio. “O mercado entendeu que o recado do Fed é de que os estímulos vão ser mantidos”, acrescentou, lembrando que a combinação entre dinheiro barato e alta de juros no Brasil deve atrair capital para o país, aumentando a oferta de dólares e potencialmente derrubando a moeda. (Com Reuters)