Alugar ou comprar um imóvel: 7 dicas para tomar boas decisões
Mariangela Castro
24 de agosto de 2021
boonchai wedmakawand / Getty Images
Especialistas falam sobre as melhores opções para diferentes perfis e objetivos financeiros
Entre os sonhos comuns dos brasileiros está a casa própria, não por acaso o financiamento de imóveis movimentou R$ 97 bilhões apenas no primeiro semestre de 2021, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), crescimento de 124% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O crescimento do financiamento de imóveis também já foi verificado pelo Banco Central. Um estudo divulgado em julho deste ano pelo BC revela que entre as operações de crédito direcionado, o saldo com pessoas físicas teve expansão de 15,3% em 12 meses, em função justamente das carteiras de financiamento imobiliário.
“No nosso país, o financiamento imobiliário é uma questão cultural relacionada com herança patrimonialista. Há uma crença muito forte sobre a casa própria e um grande viés psicológico sobre ter um imóvel. As pessoas ainda são muito apegadas a isso”, comenta Thiago Godoy, head de Educação Financeira da Xpeed School.
Apesar da relevância da casa própria para o brasileiro, não há consenso entre os especialistas em finanças sobre os benefícios de ter um imóvel. Na verdade, muitos defendem que o aluguel pode ser mais vantajoso, a depender da situação financeira de cada família e do momento de vida de cada inquilino.
Valter Police, planejador fiduciário da Fiduc, explica que o financiamento costuma ser mais caro que o aluguel para o mesmo imóvel, por conta dos juros cobrados nas parcelas e do valor de entrada que deve ser oferecido.
“Um financiamento em 30 anos, por exemplo, por menor que seja o valor do juros, ainda terá juros muito altos. Muito maiores, inclusive, que a potencial valorização do imóvel”, explica Thiago Godoy. “Com os juros do financiamento, a pessoa pode pagar cerca de três vezes o valor do imóvel que pagaria à vista, com a perspectiva de que talvez ele valorize. Mas isso não é certeza”.
Mas como saber se comprar ou alugar um imóvel é melhor? Godoy orienta uma possível simulação: o inquilino deve considerar qual seria a rentabilidade adquirida ao aplicar o valor da entrada do imóvel no Tesouro Direto IPCA+, durante o tempo de duração do financiamento. Então, essa rentabilidade deve ser somada ao valor das prestações do financiamento para o mesmo período.
Por último, o valor final deve ser comparado com o valor de aluguel que se pagaria para o mesmo imóvel e mesma quantidade de meses. Em um financiamento de 100 meses, por exemplo, devem ser somadas a rentabilidade da entrada no Tesouro Direto IPCA mais 100 parcelas de financiamento. E então, comparar este resultado com 100 parcelas de aluguel.
“Se a rentabilidade somada com as parcelas for maior que o aluguel pago durante o período, então o aluguel é mais vantajoso. Porém, se a rentabilidade mais as parcelas forem menores que o valor pago com o aluguel, então vale a pena comprar”, explica.
Individualmente, as vantagens financeiras não são as únicas que devem ser analisadas para decidir entre o aluguel, o financiamento e a compra à vista. Portanto, com ajuda dos especialistas, a Forbes elencou abaixo alguns pontos que devem ser levados em consideração pelos investidores.