Entre os destaques positivos do período está a Petrobras, que apresentou lucro líquido de R$ 42,8 bilhões entre abril e junho, revertendo prejuízo de R$ 2,71 bilhões registrado no mesmo período de 2020 e superou em 36 vezes o montante dos primeiros três meses do ano (R$ 1,17 bilhão).
Após a divulgação dos números em 4 de agosto, os papéis da companhia (PETR3 e PETR4) reagiram com alta de 7,88% e 9,76%, respectivamente. “O resultado da estatal veio muito acima do consenso olhando para os itens recorrentes, marcado pela forte geração de caixa operacional, redução do endividamento e do anúncio da antecipação de dividendos [R$ 2,40 por ação]”, avalia Felipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos.
Os especialistas comentam que o segundo trimestre foi marcado pela redução dos riscos fiscais, queda nas ocupações dos hospitais, redução no número de óbitos por Covid-19 e avanço na vacinação. O Brasil soma 572 mil mortes e 20,5 milhões de casos de coronavírus, mas 24% da população já foi imunizada com as duas doses, segundo levantamento do Our World In Data.
“Após dados econômicos mais negativos em março, fortemente afetados pelo agravamento da pandemia e consequente adoção de restrições mais rígidas de mobilidade, observamos uma recuperação firme dos principais indicadores de atividade. A reabertura econômica explicou, em grande parte, a recuperação melhor do que o originalmente esperado nos últimos meses”, explicam os analistas.
Segundo estudo da Economática, as companhias listadas na Bolsa brasileira lucraram 1012% a mais neste segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2020. O levantamento desconsidera os resultados da Petrobras e da Vale (VALE3) – US$ 7,5 bilhões entre abril e junho, 662% mais alto que o ano anterior – a fim de evitar distorções na análise.
A saúde e o varejo na pandemia
Lucas Carvalho, analista da Toro, avalia que o varejo alimentício é o setor com resultados menos atraentes do período. “No começo da pandemia, o surto fez com que apenas os serviços essenciais seguissem com boas operações, tanto que os brasileiros começaram a estocar comida. Hoje, com o avanço da vacinação e a retomada econômica, os números financeiros informados pelas varejistas foram muito abaixo do esperado.”
Entre os exemplos de empresas afetadas pela menor demanda – em relação ao ano anterior – o especialista destaca o Pão de Açúcar (PCAR3), que reportou lucro líquido consolidado de R$ 4 milhões, queda de 95,9% no comparativo anual. O resultado levou a uma correção de mais de 19% no preço dos ativos desde a divulgação do balanço, em 28 de julho.
Na análise da Genial Investimentos, o destaque negativo do período fica por conta da Qualicorp (QUAL3). A companhia de saúde teve lucro líquido entre abril e junho de R$ 90,3 milhões, queda de 28,4% se comparado com os R$ 126,1 milhões arrecadados no mesmo período de 2020.
“A empresa teve mais um resultado negativo, com as principais linhas [receita, ebitda e lucro] vindo abaixo das expectativas. O principal impacto se deu pelo alto cancelamento de planos de saúde, deixando a meta de crescimento de 40 a 45 mil vidas por mês insuficiente”, destaca Villegas. Após a divulgação dos números, as ações da empresa acumulam variação negativa de 24%.
As difusões sobre o futuro
Já o analista da Toro acredita que os bancos serão os protagonistas da temporada do terceiro trimestre, que começa em outubro e termina em novembro. “Com o aumento da taxa Selic [que está a 5,25%], o spread bancário pode aumentar e, consequentemente, os resultados devem vir mais fortes”, justifica Carvalho.
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