Mais de US$ 560 bilhões em valor de mercado saíram das bolsas de valores de Hong Kong e da China continental em uma semana, à medida que os fundos saem de ações antes favorecidas, sem saber quais setores os reguladores terão como próximo alvo.
O índice Hang Seng caiu 1,8% e sua queda semanal de 5,8% foi a maior desde o auge do pânico nos mercados financeiros da pandemia, em março de 2020.
“Não há realmente um gatilho, mas muitos pedaços que contribuem com a narrativa para ficar longe da China”, disse Dave Wang, gerente de portfólio da Nuvest Capital em Singapura. “Quase diariamente você recebe notícias negativas, então dá a impressão de que não há fim à vista.”
O epicentro da venda generalizada foi o setor de tecnologia, popular entre os investidores estrangeiros, os quais agora temem não poder quantificar o risco regulatório e estão vendendo em massa.
O índice Hang Seng Tech de Hong Kong, composto por empresas antes favoritas, caiu 2,5% nesta sexta-feira para uma nova mínima recorde e recuou cerca de 48% desde fevereiro.
A persistência das autoridades de política monetária em conter os preços das propriedades em alta, por exemplo, deixou os mercados tensos e o crédito corporativo caiu ainda mais nesta sexta-feira com a notícia de que a altamente endividada Evergrande foi repreendida pelos reguladores.
Listagens no exterior
Em meio aos temores, os reguladores chineses estão considerando pressionar grandes companhias de dados a entregar o gerenciamento e a supervisão dessas informações a empresas terceirizadas caso queiram listar suas ações nos EUA. A medida é parte da análise sem precedentes de Pequim sobre o setor privado empresas do setor, segundo fontes informaram a agência Reuters.
Isso ajudaria a diminuir as preocupações crescentes de Pequim de que uma listagem no exterior pudesse forçar essas empresas chinesas a entregar alguns de seus dados a entidades estrangeiras e minar a segurança nacional.
O plano é uma das várias propostas que estão sendo consideradas pelos reguladores chineses à medida que Pequim aperta seu controle sobre as plataformas de internet do país, incluindo a busca por um exame mais detalhado das listagens no exterior.
A repressão, que derrubou ações e abalou gravemente o sentimento dos investidores, tem como alvo especial a concorrência desleal e o manejo de um enorme banco de dados de consumidores pelas empresas de internet.
As autoridades reguladoras discutiram o plano com participantes do mercado de capitais como parte dos movimentos para fortalecer a supervisão de todas as empresas chinesas listadas no exterior.
Assessores de IPO estão esperançosos que uma estrutura formal sobre a questão da transferência de dados possa ser entregue em setembro, disse a fonte.
A CSRC (Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China) e a CAC (Administração do Ciberespaço da China) não responderam aos pedidos de comentários enviados por fax.
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